Os secretários de Estado dos EUA, Antony Blinken, e de Defesa, Lloyd Austin, fazem exigências diretas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para que tome medidas imediatas que melhorem a crise humanitária em Gaza. Em uma carta conjunta, revelada recentemente, eles alertaram que o fluxo de armas dos EUA para Israel poderá ser cortado se a situação não se transformar.

Datada de 13 de outubro, a missiva foi enviada ao ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e ao ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer. O conteúdo da carta, divulgado pelo Canal 12 de Israel e pelo site Axios, caracteriza o declínio na assistência humanitária em Gaza como uma responsabilidade direta de Israel, alertando sobre as graves consequências que a fome e o desespero populacional estão causando na região.

Os Estados Unidos estabeleceram um prazo de 30 dias para que Israel inverta a "trajetória decrescente" da crise humanitária, advertindo que a continuidade do envio de armamentos e suporte financeiro poderia ser afetada se ações concretas não forem tomadas. A legislação americana impõe que países que recebem armamento dos EUA devem facilitar a assistência humanitária em vez de impedi-la.

Os ministros dos EUA exigem a liberação de pelo menos 350 caminhões de ajuda diariamente em Gaza, além de medidas para garantir a segurança nas operações de assistência, pedindo também o fim do isolamento norte de Gaza.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, expressou confiança de que a situação pode ser revertida. Ele afirmou: "Já vimos Israel fazer mudanças antes, permitindo um aumento na ajuda humanitária. As barreiras logísticas podem ser superadas".

Importante ressaltar que os Estados Unidos são o principal fornecedor de armamentos para Israel, com esse apoio sendo crucial para os planos de guerra de Netanyahu, especialmente em Gaza e no Líbano.

Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que os habitantes da Faixa de Gaza estão enfrentando as piores limitações para receber ajuda desde o início do conflito. Dados recentes indicam que a ajuda humanitária enviada em agosto foi a menor registrada desde que a guerra começou, com dias em que nenhum caminhão conseguiu acessar a região.

James Elder, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, declarou: "Estamos testemunhando as piores restrições de ajuda humanitária que já existiram". Este cenário alarmante revela a gravidade da crise humanitária em Gaza e a urgência das medidas solicitadas pelos Estados Unidos.