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EUA ditam prazo de 30 dias para Israel sanar crise humanitária 'atroz' em Gaza; armas podem ser suspensas

2024-10-15

Autor: João

A Casa Branca enviou um alerta contundente a Israel, afirmando que o governo do premiê Benjamin Netanyahu deve agir rapidamente para melhorar a crise humanitária "cada vez mais alarmante" na Faixa de Gaza. Caso a situação não se modifique em um mês, as autoridades americanas podem ser forçadas por lei a restringir o fornecimento de armas a Israel. O aviso foi formalizado pelo Secretário de Estado Antony Blinken e pelo Secretário da Defesa Lloyd Austin em uma carta conjunta datada de 13 de outubro, endereçada aos ministros israelenses da Defesa, Yoav Gallant, e de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer.

Na correspondência, os líderes dos EUA salientaram que a ajuda humanitária a Gaza sofreu uma queda acentuada, o que resultou em fome e intenso sofrimento, especialmente no norte do território, onde há quase duas semanas Israel lançou uma nova operação terrestre. Os Estados Unidos deram a Israel até 30 dias para "reverter a trajetória humanitária negativa" ou enfrentar "implicações" para futuras transferências de armamentos e financiamentos, em conformidade com a legislação americana.

A ONU emitiu um alerta nesta terça-feira, indicando que os níveis de ajuda humanitária em Gaza atingiram níveis alarmantes, os mais baixos desde o início do conflito um ano atrás. A situação se agrava, especialmente para crianças, que são a parte mais vulnerável da população. Segundo James Elder, porta-voz do UNICEF, a quantidade de assistência enviada em agosto foi a menor desde o início da guerra, em outubro do ano passado, e muitos dias não houve autorização para a entrada de caminhões de suprimentos.

O governo Biden, que já destinou bilhões de dólares em armamentos para Israel desde o início do conflito, enfrenta crescente pressão interna para garantir que as baixas civis sejam reduzidas e que a ajuda humanitária flua para a população palestina. Contudo, até o momento, as únicas medidas concretas tomadas foram a suspensão temporária do envio de um carregamento de bombas.

Analistas apontam que esta carta é um dos avisos mais severos já dados pelos EUA às autoridades israelenses e reflete que Washington está começando a ver as ações de Israel como uma possível violação das leis americanas. A relação de apoio militar entre os dois países é comprometida à medida que a crise humanitária em Gaza se agrava, o que poderia ter implicações sérias no futuro da aliança.

Além disso, a ONU advertiu que as restrições impostas por Israel tornam as condições ainda mais precárias, com uma falta alarmante de alimentos e água. Com as situações de saúde e segurança se deteriorando rapidamente, a comunidade internacional observa com crescente preocupação o desenrolar da crise. O governo dos EUA, enquanto tenta equilibrar o apoio a seu aliado Israel, também enfrenta a dura realidade de um povo em sofrimento e as complexas dinâmicas geopolíticas da região.

Este dilema deixa cidadãos americanos e aliados ao redor do mundo questionando até onde essa situação pode chegar antes que medidas mais drásticas sejam implementadas para reverter a crise humanitária em Gaza.