EUA impõem veto e barram resolução da ONU pedido cessar-fogo em Gaza
2024-11-20
Autor: Matheus
A recente resolução da ONU, que solicitava um "cessar-fogo imediato, incondicional e permanente" em Gaza e pedia a liberação dos reféns, foi barrada pela decisiva intervenção dos Estados Unidos. O governo Biden condicionou seu apoio à proposta, exigindo que a resolução incluísse explicitamente a libertação imediata dos reféns como parte de qualquer cessar-fogo.
Uma autoridade americana afirmou: "Não podemos apoiar um cessar-fogo incondicional que não exija a liberação imediata dos reféns". As tensões aumentaram, levando o governo dos EUA a sustentar que o Hamas é o verdadeiro obstáculo para um cessar-fogo duradouro.
A repercussão do veto foi rápida, com a Argélia, membro do Conselho de Segurança da ONU, declarando que a decisão dos EUA enviava uma mensagem clara a Israel: "podem prosseguir com o genocídio". Por outro lado, a China alertou que as ações de Benjamin Netanyahu não estão relacionadas à libertação dos reféns mantidos pelo Hamas desde outubro de 2023.
Outros países, como a Eslovênia, tinham proposto a resolução original, insistindo que era chegada a hora de um cessar-fogo incondicional. O governo britânico até tentou apresentar um texto alternativo na esperança de atender às demandas da Casa Branca, mas sua proposta não avançou no Conselho.
Com a trágica marca de mais de 43 mil mortos, a situação em Gaza se torna uma prova da ineficácia da ONU em lidar com a crise humanitária. De acordo com relatos da ONU, os palestinos estão enfrentando "condições cada vez mais precárias de sobrevivência" em áreas do norte de Gaza, onde as forças israelenses impuseram um cerco severo, resultando na falta quase total de ajuda humanitária nos últimos 40 dias.
A ONU também revelou que suas tentativas de fornecer suporte a cerca de 65.000 a 75.000 pessoas em Beit Hanoun, Beit Lahia e Jabalia neste mês foram frustradas, levando ao fechamento de padarias e cozinhas locais. Uma avaliação recente, apoiada pela ONU, indicou que a fome é uma ameaça iminente em partes do norte de Gaza, aumentando ainda mais as preocupações sobre a crise humanitária em curso.