Aumento da montagem de iPhones no Brasil

A Apple está explorando a possibilidade de aumentar sua montagem de iPhones no Brasil como uma estratégia para contornar as tarifas de importação impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Fontes indicam que as tarifas recíprocas dos EUA são menores e fixadas em 10%, tornando o Brasil uma alternativa viável.

Dependência da China

Atualmente, a produção de iPhones depende fortemente da China, com mais da metade dos enviamentos oriundos de lá. Isso pode resultar em um aumento de até 40% no preço final para o consumidor americano. A Índia, que se tornou um player significativo na estratégia da Apple nos últimos anos, também foi impactada, enfrentando uma tarifa de 26% a partir do dia 5 de abril.

Desempenho das ações da Apple

A Apple vende mais de 220 milhões de iPhones anualmente, sendo os Estados Unidos seu principal mercado. Com tarifas tão elevadas, a gigante da tecnologia se depara com uma difícil decisão: absorver os custos e diminuir suas margens lucros ou repassar esses aumentos aos consumidores, o que pode afetar a demanda. Analistas estimam que os preços dos iPhones nos EUA podem subir entre 30% a 40%.

Fábrica em Jundiaí

Essa incerteza levou a uma queda nas ações da Apple, que despencaram mais de 8%, o pior desempenho desde setembro de 2020.

Produção local de iPhones

A possibilidade de aumentar a produção no Brasil foi discutida desde o ano passado, com atualizações em maquinários e processos industriais. A Foxconn, em Jundiaí (SP), que é parceira tradicional da Apple, já monta os modelos básicos do iPhone 13, 14 e 15 e recentemente recebeu autorização da Anatel para fabricar o iPhone 16. No entanto, a homologação atual abrange apenas o modelo básico, enquanto os modelos avançados, como o iPhone 16 Pro e Pro Max, continuam sendo importados.

Papel crucial do Brasil

Ainda assim, se a Apple decidir redistribuir sua produção globalmente para reduzir custos tarifários, a infraestrutura no Brasil pode ganhar um papel crucial. A Foxconn no Brasil opera sob um regime especial que permite a redução de impostos locais. Entretanto, a produção local até agora não resultou em uma diminuição significativa nos preços finais dos iPhones no país.

Exportação para o mercado americano

Além disso, o Brasil pode ser visto como um ponto estratégico para exportar iPhones para o mercado americano, onde as tarifas são inferiores às aplicadas à China e à Índia.

Reavaliação dos planos para a Índia

Um relatório da Counterpoint aponta que o aumento das tarifas pode levar a Apple a repensar seus planos para a Índia. “Se as tarifas elevadas persistirem para iPhones produzidos lá, isso irá impactar a demanda nos EUA”, afirmam os analistas da consultoria. Para o Brasil, isso representa uma rara oportunidade de crescimento.

Capacidade de produção em Jundiaí

A decisão da Apple dependerá da capacidade da unidade em Jundiaí de expandir a produção sem comprometer a logística e o controle de qualidade. Além disso, analistas sugerem que a Apple pode considerar rotas de exportação alternativas ou até mesmo negociar isenções com o governo dos EUA.

Futuro incerto dos iPhones no Brasil

O futuro dos iPhones no Brasil permanece incerto, mas essa nova estratégia pode transformar o país em um hub de produção muito mais relevante para a Apple — e você não vai querer ficar de fora dessa revolução!