Em um cenário alarmante, levantamentos indicam que facções criminosas estão ameaçando e atacando empresas de internet em pelo menos 19 bairros de Fortaleza e Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. O O POVO revelou que, até o momento, mais de 40 indivíduos já foram detidos por esses crimes, mas o medo e a tensão continuam a crescer entre os moradores e trabalhadores da área.

Os bairros mais afetados em Fortaleza incluem Autran Nunes, Barra do Ceará, Carlito Pamplona, Farias Brito, e muitos outros. Em Caucaia, os ataques foram registrados em locais como Conjunto Metropolitano e Padre Júlio Maria, deixando a população em estado de alerta.

Além das ameaças, moradores também têm relatado casos de extorsão, onde são coagidos a contratar serviços apenas de provedores “autorizados” pelas facções. A partir de Janeiro de 2023, a situação se agravou, com registros de veículos de empresas de internet sendo incendiados, gerando pânico entre os profissionais que atuam nessa área. Recentemente, um carro da Giga+ foi queimado em Farias Brito, resultando em um adolescente ferido durante o ataque.

Um aspecto preocupante é que algumas dessas ações estão sendo orquestradas a partir do Rio de Janeiro, onde líderes das facções, como o Comando Vermelho, continuam a dar diretrizes para suas operações na Bahia e em outros estados. Investigações da Delegacia Regional de Canindé revelaram que um dos principais ordenadores das extorsões em Canindé é José Mário Pires Magalhães, que comanda suas atividades criminosas de longe.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) anunciou a prisão de 40 suspeitos envolvidos nesses ataques, mas a sensação de insegurança é palpável. “Estamos em uma luta contínua e não vamos tolerar o crime em nosso estado”, afirmou Roberto Sá, secretário da SSPDS, fazendo um apelo à população para que colabore com informações.

O impacto econômico desses ataques é significativo: a Brisanet, uma das principais operadoras de internet na região, anunciou a perda de 2 mil clientes devido à instabilidade gerada pelos crimes. A situação é crítica e outras empresas já cogitam encerrar suas operações, reforçando a necessidade de ações mais efetivas para restabelecer a ordem e a segurança na região.