Fentect denuncia: 'Correios foram sucateados no governo Bolsonaro'
2024-12-16
Autor: Julia
Introdução
No último sábado (14 de dezembro de 2024), a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas em Correios, Telégrafos e Similares) fez uma grave acusação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que seu governo promoveu um "processo de sucateamento e manipulação dos números da empresa". Essa declaração veio em resposta ao prejuízo recorde que os Correios enfrentam em 2024.
Críticas à gestão e à imprensa
A entidade também criticou uma reportagem do Poder360, que revelou que a estatal gastará cerca de R$ 200 milhões com o benefício de fim de ano conhecido como "vale peru", mesmo diante de uma situação financeira que beira a insolvência. A Fentect argumentou que a reportagem tenta associar o déficit da empresa à recuperação de direitos trabalhistas, uma manobra que classificaram como tendenciosa.
Alegações de sucateamento
Segundo a Fentect, "a imprensa tem sido alimentada com informações sigilosas por pessoas que buscam controle interno da estatal". A nota divulgada nas redes sociais da Fentect enfatiza: "A verdade é que os Correios foram sucateados no governo Bolsonaro, com um objetivo claro de entregá-los quase de graça ao capital privado".
Dados sobre a gestão Bolsonaro
Contrariando essa alegação, dados mostram que os Correios obtiveram resultados melhores durante o governo Bolsonaro do que atualmente sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A reportagem do Poder360 destacou que o pagamento do "vale peru", de R$ 2.500 para cada um dos 84.700 funcionários, foi negociado na convenção coletiva de 2024.
Suspensão do benefício
Vale lembrar que o pagamento desse benefício havia sido suspenso em 2020 durante a gestão do general Floriano Peixoto, que ocupou a presidência dos Correios de 2019 a 2022. Na época, um acordo foi firmado via TST (Tribunal Superior do Trabalho) para interromper os pagamentos. O último valor pago antes da suspensão era R$ 1.000.
Retorno do benefício e novo gerenciamento
A Fentect conseguiu, após negociações com a atual gestão dos Correios, a volta e ampliação do benefício, agora sob a liderança de Fabiano dos Santos Silva, advogado próximo ao presidente Lula. Fabiano foi indicado por um grupo ligado a operadores do direito que combatem a operação Lava Jato.
Déficit acumulado e projeções
É importante destacar que, até setembro de 2024, os Correios já acumulavam um déficit de R$ 2 bilhões, projetando ser o maior da história da empresa. Se continuar nesse ritmo, o prejuízo pode superar o registro de 2015, que foi de R$ 2,1 bilhões sob a presidência de Dilma Rousseff (PT).
Resposta dos Correios
Em resposta ao Poder360, a assessoria dos Correios enfatizou que a empresa está cumprindo as leis trabalhistas vigentes e que "os Correios estão executando o Acordo Coletivo de Trabalho".
Desafios e importância dos trabalhadores
Os desafios financeiros são significativos e o clima de insegurança no setor persiste. A recente publicação da Fentect destaca que os trabalhadores são fundamentais para a continuidade da empresa, contrapondo-se aos ataques persistas em alguns veículos de comunicação que buscam deslegitimar a luta pela recuperação dos direitos dos empregados.
Indignação com a cobertura da mídia
A Fentect também expressou sua indignação com o conteúdo publicado pelo Poder360, reclamando de uma tentativa de associar a recuperação dos direitos trabalhistas ao déficit da empresa, o que, segundo eles, não representa a verdade dos fatos.