Em uma decisão polêmica, os Estados Unidos encerraram oficialmente a agência que lutava contra a desinformação no exterior, a chamada Global Engagement Center (GEC). Esta organização teve um papel crucial na identificação de intensas campanhas de desinformação na América Latina, Moldávia e diversos países da África. Recentemente, a GEC descobriu uma vasta operação russa que visava disseminar falsehoods relacionadas a programas de saúde financiados pelo governo dos EUA em estados africanos.

Em junho passado, o GEC havia aberto uma nova filial em Varsóvia, na Polônia, com a intenção de combater a propaganda russa em meio ao conflito na Ucrânia. A agência contava com o apoio da comunidade internacional e esperava garantir um novo financiamento para investir em tecnologias avançadas, como ferramentas de detecção de fotos manipuladas por inteligência artificial.

Um recente relatório do GEC destacou que a China tem investido "bilhões de dólares para espalhar desinformação globalmente" e para restringir a liberdade de expressão em diversos lugares. A organização ainda alertou que os EUA estavam com gastos insuficientes na luta contra essa onda de desinformação e influência externa.

A GEC sempre foi alvo de críticas por parte de parlamentares republicanos, que alegavam que seu foco na desinformação acabava por censurar visões conservadoras, uma narrativas encampada por figuras como Elon Musk. Esta clausura levou o presidente eleito Donald Trump a ordenar cortes significativos no orçamento federal, incluindo o desmantelamento da agência, que foi rotulada como "ameaça à democracia". Contudo, o Supremo Tribunal dos EUA concluiu que faltavam evidências que sustentassem tais afirmações.

Por outro lado, em um movimento raro, senadores como Chris Murphy, do Connecticut, e John Cornyn, do Texas, tentaram uma manobra bipartidária para prolongar as atividades do GEC até 2031, reconhecendo a relevância do centro na luta contra a desinformação russa e chinesa. Contudo, a medida falhou, deixando muitas dúvidas sobre o futuro da integridade informativa e da liberdade de expressão nas nações ocidentais.

A extinção do GEC levanta questões alarmantes sobre o impacto que a desinformação pode ter nas democracias e como a falta de uma estrutura de combate a isso pode afetar a percepção pública e a adoção de políticas em todo o mundo. O que isso significa para o futuro da luta contra a desinformação? Somente o tempo dirá.