De acordo com uma pesquisa recente do Datafolha, realizada duas semanas após o anuncio do pacote de corte de gastos pelo governo Lula (PT) em 27 de novembro, apenas 27% dos brasileiros aprovam a gestão do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na economia, enquanto 34% a rejeitam.

O governo tem a ambição de economizar até R$ 70 bilhões nas contas públicas durante os anos de 2025 e 2026, uma meta desafiadora que surgiu em um contexto de instabilidade monetária, onde o dólar ultrapassou a marca histórica de R$ 6 pela primeira vez. Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central recentemente elevou a taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano, uma decisão que se reflete na desconfiança do público em relação à gestão econômica atual.

Curiosamente, o Datafolha também coletou dados sobre a percepção dos brasileiros sobre as medidas anunciadas. Surpreendentemente, 59% dos entrevistados afirmaram não estar cientes das iniciativas de corte de gastos divulgadas em uma ampla cadeia de Rádio e TV. Dentre aqueles que estavam informados, os números apontam que apenas 16% se consideram bem informados, enquanto 20% disseram estar mais ou menos informados e 5% avaliaram que estavam mal-informados.

A pesquisa revelou que há um forte apoio popular para medidas de fiscalização, com 89% dos entrevistados favoráveis a ações que visem evitar fraudes no programa Bolsa Família e no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Além disso, 73% demonstraram apoio à proposta de estabelecer uma idade mínima de 55 anos para a aposentadoria dos militares, algo que atualmente não possui regulamentação.

Quando questionados sobre a eficácia e a qualidade dos gastos públicos, 45% dos entrevistados acreditam que há dinheiro suficiente disponível, mas que está sendo mal aplicado. Outros 35% mencionaram que não há recursos adequados, mas mesmo assim consideraram que o que existe é mal utilizado. Apenas 10% avaliam que os recursos são suficientes e bem aplicados, enquanto 7% acreditam que são insuficientes, mas bem direcionados.

Esses dados refletem não apenas a insatisfação com a gestão Haddad, mas também um clamor popular por uma administração mais transparente e que utilize os recursos públicos de maneira eficiente. Resta saber como o governo reagirá a esses resultados e quais medidas tomará para conquistar a confiança da população.