A lendária corretora Hedging-Griffo, que marcou a história do mercado financeiro brasileiro, chega ao fim após a recente aquisição do Credit Suisse pelo UBS. O Banco Central já autorizou a mudança de nome da corretora, que agora se chamará UBS Brasil. Esta transformação simboliza não apenas o fechamento de um ciclo, mas também a reconfiguração do setor financeiro no país.

A História de Hedging-Griffo

A história da Hedging-Griffo remonta a 1929, quando David Stuhlberger, fugindo da perseguição aos judeus na Polônia, chegou ao Brasil. Formado pela Escola Politécnica da USP, David fundou com seu irmão Maks a Construtora Stuhlberger na década de 1950. Nos anos 70, após o sucesso da construtora, ele diversificou seus negócios, fundando uma petroquímica e, em conjunto, um banco chamado Expansão, que tinha participação em uma corretora chamada Griffo.

A Sucessão Familiar

A sucessão familiar continuou com Luis Stuhlberger, filho de David, que se juntou à Griffo em 1980. No entanto, a crise do petróleo obrigou a venda apressada do banco, enquanto Luis permaneceu na corretora, que foi adquirida por empresários do setor cafeeiro, incluindo José Leopoldo Figueiredo.

Fusão e Criação da Hedging-Griffo

Paradoxalmente, a Griffo possuía uma pequena unidade chamada Hedging, focada no mercado de commodities, o qual estava se consolidando no Brasil, negociando ativos como ouro, café e gado. A fusão entre Griffo e Hedging em 1989 resultou na criação da Hedging-Griffo, onde 'hedge' representa uma estratégia de proteção financeira e 'grifo' é uma criatura mitológica que simboliza força e poder.

Lançamento do Fundo Verde

Em 1997, sob a bandeira da Hedging-Griffo, foi lançado o fundo Verde, que se aproveitou do crescimento da indústría de fundos de hedge no Brasil. Inicialmente, o nome Verde fazia referência à posição comprada em dólares que Stuhlberger acumulava. Em 2007, o Credit Suisse adquiriu o controle da corretora e, quatro anos depois, comprou sua participação total.

A Hedging-Griffo em Números

A Hedging-Griffo, no auge em 2021, gerenciava impressionantes R$ 55 bilhões. Enquanto sua especialização sempre foi em ações, os investimentos imobiliários foram se destacando cada vez mais. Recentemente, em 2023, a Lumina de Daniel Goldberg tornou-se sócia da Verde, adquirindo os 25% que pertenciam ao Credit Suisse, numa negociação que ocorreu paralelamente à aquisição global do Credit Suisse pelo UBS.

O Legado de David Stuhlberger

Agora, com o UBS Brasil tomando o lugar da Hedging-Griffo, encerra-se um legado duradouro. David Stuhlberger faleceu no ano passado, aos 99 anos, deixando uma marca indelével na história financeira do Brasil. O que isso significa para o futuro do mercado? O setor financeiro brasileiro está prestes a passar por mais mudanças radicais, e todos os olhos estão voltados para o que vem a seguir!