Um email datado de 20 de janeiro de 2023 gerou polêmica ao revelar que Fíoti informou Emicida sobre uma retirada de lucros do Laboratório Fantasma, no valor impressionante de R$ 2 milhões. Os extratos bancários da empresa confirmaram retiradas com esse valor, lançando luz sobre um embate crescente entre os irmãos.

Em um processo que corre na 2ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem de São Paulo, os documentos vincularam Fíoti a diversas transações financeiras, embora o rapper Emicida tenha alegado que o irmão realizou esta e outras retiradas sem sua autorização. A situação se torna mais confusa quando se considera um acordo que os dois haviam feito no final do ano passado para separação da sociedade, indicando que a relação profissional entre eles já estava tensa.

Fíoti, em resposta à Folha, explicou que as transferências adicionais de R$ 4 milhões realizadas em 2024 foram discutidas e aprovadas em uma reunião com o gerente financeiro e todos os sócios, incluindo Emicida, a qual, segundo ele, foi documentada em vídeo.

Enquanto isso, Emicida acusa Fíoti de ter retirado um total de R$ 6 milhões sem consentimento, alegando que ao investigar um extrato bancário, encontrou transações que datavam de junho do ano anterior. Fíoti defendeu seus atos, alegando que retirou lucros aos quais tinha direito, sempre com o conhecimento do rapper.

No email enviado, Fíoti estipula claramente que precisa honrar compromissos e que a retirada é um valor abaixo do que ele acumulou em 16 anos como sócio e administrador. Ele escreve: "Formalizo neste email que tenho lucros a serem retirados das empresas..." O processo judicial realça a complexidade da situação, onde a comunicação e os acordos não parecem claros entre os irmãos, aumentando a tensão no cenário profissional e pessoal.

Além disso, o embate financeiro levou Emicida a revogar uma procuração que permitia a Fíoti gerir a sociedade, suspendendo o acesso dele aos recursos do Laboratório Fantasma. A questão evoluiu para um processo judicial onde Fíoti busca restabelecer seu acesso à empresa.

A relação entre Emicida e Fíoti ganhou contornos ainda mais complexos após Emicida anunciar publicamente que o irmão não representava mais seus interesses profissionais em março deste ano. Desde então, os irmãos têm se atritado em reuniões com funcionários e colaboradores, onde suas versões sobre a dissolução da sociedade e as finanças da empresa se tornaram um assunto de debate acalorado.

A empresa, que compreende um conglomerado de negócios, mostra que Emicida detém 90% do capital da principal empresa, enquanto Fíoti possui 10%. Contudo, a defesa do irmão mais jovem argumenta que historicamente ambos buscavam uma divisão igualitária de lucros. Após as recentes revelações, a tensão entre os dois continua a intensificar, levando muitos a questionar o futuro do Laboratório Fantasma e a relação dos irmãos.