Mobilização intensa em Brasília

A capital do Brasil voltou a ser palco de intensas movimentações nesta segunda-feira. Até o início da tarde, 262 deputados federais já haviam assinado o requerimento de urgência para que o Projeto de Lei da Anistia, voltado aos envolvidos nos tumultuados atos de 8 de janeiro, seja levado diretamente ao plenário da Câmara. O movimento, encabeçado pela liderança do PL, ainda está em atualização.

A lista dos apoiadores

Entre os signatários, destacam-se parlamentares de cinco partidos que compõem a base do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a saber: MDB, PP, PSD, Republicanos e União Brasil, além do Podemos, que acabou de receber um cargo na Geap do Palácio do Planalto. A distribuição das assinaturas é a seguinte:

- MDB: 20 deputados - PP: 35 deputados - PSD: 23 deputados - Republicanos: 28 deputados - União Brasil: 40 deputados

Estratégias para garantir a votação

Diante da resistência do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em pautar o projeto, essa mobilização é mais uma tentativa da oposição para destravar o PL sem depender da aprovação do presidente da Casa. A busca por assinaturas foi tão intensa que até agentes foram vistos no aeroporto de Brasília.

Para que um requerimento seja aceito, são necessárias no mínimo 171 assinaturas, ou a representação correspondente. Contudo, um artigo do regimento da Câmara permite que, com 257 assinaturas, a votação possa ocorrer imediatamente. Apesar dessa possibilidade, Motta não demonstrou inclinação para facilitar a tramitação.

O que está em jogo?

Se aprovado, o PL da Anistia poderá beneficiar não apenas os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, mas também o ex-presidente Jair Bolsonaro, que, em março deste ano, foi tornado réu junto a outros por crimes como tentativa de golpe de Estado.

Petistas reagem à adesão do Podemos

A adesão do partido Podemos ao requerimento causou mal-estar entre os petistas na Câmara. O líder do PL, deputado Sostenes Cavalcante (RJ), decidiu agir para mitigar a pressão do PT, que tem tentado convencer deputados da base a retirar suas assinaturas. Sob pressão, o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a situação exige clareza sobre a posição dos deputados em relação ao governo.

A movimentação do PT, que vê com preocupação a presença de bolsonaristas na base, incluiu um apelo aos líderes partidários para que incentivem seus membros a retirar apoio ao projeto. Contudo, a influência do Podemos, que recentemente ganhou a presidência da Geap, trouxe desconforto ao Planalto, especialmente com a adesão de 9 dos 15 deputados do partido ao requerimento. A própria presidente do Podemos, Renata Abreu (SP), também se juntou às assinaturas.

O futuro do PL da Anistia

Enquanto o jogo político se intensifica, Sostenes registrou publicamente as assinaturas dos deputados, alicerçando a pressão e revelando eventuais desistências. O cenário continua em ebulição e os próximos passos da Câmara e do Senado serão cruciais para o futuro direto deste polêmico projeto.