
Fuad Noman Sacrificou Sua Saúde em Busca da Reeleição, Revela Médico
2025-03-26
Autor: Mariana
O médico responsável por Fuad Noman (PSD), prefeito de Belo Horizonte que faleceu nesta terça-feira (26), revelou que ele se privou de sua saúde para realizar o sonho de ser reeleito. Apesar de mencionar a deterioração de seu estado, não confirmou que a campanha eleitoral foi a principal causa do agravamento de sua doença.
"O período da campanha foi o melhor, ele estava determinado. Ele nunca teve infecções relacionadas à campanha; as infecções surgiram posteriormente", declarou Enaldo Melo de Lima, coordenador do Hospital de Câncer da Rede Mater Dei, durante uma coletiva de imprensa.
Fuad foi diagnosticado em junho com linfoma não-Hodgkin na região do testículo, uma condição que afeta, especialmente, homens mais velhos. Em outubro, estava em remissão completa do câncer, mas sua saúde começou a deteriorar em novembro do ano anterior devido a doenças pré-existentes, como problemas cardíacos.
O médico sublinhou que Fuad dedicou sua vida ao seu trabalho nos bastidores da campanha. "Vi a realização pessoal dele no comitê. Ele dedicou o que tinha de vida para essa realização. Não tenho dúvida de que ele se privou de parte da saúde pela campanha e reeleição, mas era um homem realizado", afirmou Lima.
Desde o final de fevereiro, o prefeito começou a apresentar perda de lucidez e movimentos. No dia 25, sofreu uma parada cardíaca inesperada, conforme relatado pelos médicos, devido ao seu quadro crítico de oxigenação e pressão arterial.
"Ele tinha arritmias cardíacas prévias e passou 11 minutos sob manobras de ressuscitação. Após isso, pelo enfraquecimento do coração, ele entrou em choque cardiogênico, onde o coração não consegue fornecer força suficiente para suprir as necessidades do organismo como um todo", explicou Anselmo Moura, coordenador da UTI do hospital.
A decisão de Fuad de buscar a reeleição foi planejada em conjunto com o médico, levando em consideração o estado inicial da doença. "A recomendação médica foi de que era possível fazer a campanha, pois a doença estava respondendo bem ao tratamento. A decisão foi pessoal dele; a família não queria que ele fosse candidato, mas ele estava obstinado. Ele foi informado sobre as complicações e riscos, que são comuns em pacientes oncológicos, especialmente em relação a infecções e febres. Nesse aspecto, ele se saiu bem", informou o médico.
O candidato à reeleição recebeu tratamento com corticoides durante a campanha, mas o médico enfatizou que o tratamento visava a doença e não as exigências eleitorais.
Lima também compartilhou que o diagnóstico foi complicado, pois Fuad apresentava sintomas relacionados à doença desde um ano antes de ser detectada, em 20 de junho. "É muito difícil detectar esse tipo de linfoma na região do testículo. Ele consultou vários médicos, mas os sintomas eram sutis e difíceis de diagnosticar para quem não é especialista."
Infelizmente, a busca de Fuad pela reeleição não apenas revelou seu desejo de continuar servindo à população, mas também expôs os riscos que ele enfrentou em nome de sua ambição política. O legado de Fuad Noman será lembrado não apenas pelas conquistas, mas também pelo sacrifício que fez por seus ideais.