O que ocorreu

Durante uma entrevista no podcast Charla, Ronaldo Nazário, ex-jogador e atual empresário, revelou sua vontade de comprar o Corinthians, caso o clube se transformasse em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Ele afirmou: "No dia que o Corinthians decidir virar SAF, eu sou o comprador". Ronaldo detalhou ainda que buscaria parcerias financeiras para quitar a dívida do estádio e alavancar o faturamento do clube, que, segundo ele, poderia aumentar ainda mais com uma gestão organizada.

Reação dos Gaviões

No entanto, a resposta dos Gaviões da Fiel, uma das principais torcidas organizadas do Corinthians, não demorou a vir. Em uma nota divulgada nas redes sociais neste sábado (22), o grupo afirmou de forma contundente que "o Corinthians não está à venda". A nota critica a atenção dada às notícias sobre uma possível venda do clube, considerando-as uma tentativa de desestabilizar o ambiente corinthiano, especialmente próximo a momentos decisivos em competições.

Os Gaviões defendem que o Corinthians não precisa ser vendido para ter uma boa administração e que a transformação em SAF poderia comprometer a essência popular do clube. Eles consideram que o Corinthians, que surgiu como um clube do povo, deve permanecer sob o controle dos torcedores e não se tornar uma mercadoria nas mãos de investidores.

"O Corinthians vai ser o time do povo e o povo é quem vai fazer o time", reafirmou Miguel Battaglia, primeiro presidente do Sport Club Corinthians Paulista.

SAF Fora dos Planos

Além da mobilização da torcida, a atual direção do clube, liderada pelo presidente Augusto Melo, também é contra a mudança para SAF. Melo acredita que a dívida do clube, que atualmente supera R$2 bilhões, pode ser administrada através de uma gestão honesta e planejada, sem a necessidade de um novo modelo de negócios. Recentemente, o Corinthians apresentou um cronograma de pagamentos para o Regime Centralizado de Execuções (RCE), enviado à Justiça, com o intuito de organizar sua situação financeira.

O alerta dos torcedores é claro: a transformação em SAF não só ameaça a identidade do Corinthians, como também pode levar a um afastamento das tradições que consolidaram o clube como um dos mais populares do Brasil. A luta pela manutenção de um clube que pertence a seus torcedores e não a empresários é um lema que ressoa forte no coração da Fiel.