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Geoffrey Hinton e John Hopfield: Pioneiros da Inteligência Artificial Conquistam o Nobel de Física

2024-10-09

Autor: Matheus

Pioneiros da Inteligência Artificial são laureados com o Nobel de Física

A Academia Sueca de Ciências revelou que os renomados cientistas Geoffrey Hinton e John Hopfield foram agraciados com o Nobel de Física devido às suas descobertas que pavimentaram o caminho para o avanço da inteligência artificial (IA).

Esses inovadores se tornaram referência na área ao desenvolverem as chamadas "redes neurais artificiais", sistemas que imitam o comportamento do cérebro humano, permitindo que computadores aprendam e processem informações de maneira similar aos humanos. Essa tecnologia é a base de serviços que utilizamos diariamente, como assistentes virtuais, tradutores automáticos e sistemas de reconhecimento facial.

Fábio Cozman, professor do Departamento de Engenharia Mecatrônica da USP, esclarece: "Os programas hoje são capazes de coletar e analisar enormes quantidades de dados, muito além da capacidade humana, extraindo padrões complexos necessários para resolver problemas específicos".

Na terça-feira (8), Hinton e Hopfield receberam uma ligação-surpresa com a notícia do prêmio. Emocionado, Hinton declarou: "Estou pasmo. Muito surpreso".

Os dois cientistas compartilharão um prêmio de 11 milhões de coroas suecas, aproximadamente R$ 6 milhões, que reconhece o impacto transformador de seus trabalhos na sociedade contemporânea.

Vale mencionar que a inteligência artificial tem mostrado um crescimento exponencial e cada vez mais se integra em nossas vidas. Por exemplo, esta reportagem foi gerada com auxílio da IA. Embora tenha cometido um erro inicial ao responder sobre a premiação, a máquina conseguiu corrigir-se e fornecer informações valiosas sobre os trabalhos dos laureados.

Entretanto, Hinton, que por longo período foi consultor do Google, expressou suas preocupações sobre o futuro da IA. Ele se demitiu da empresa em 2023 para falar abertamente sobre os riscos associados a essa tecnologia. Em uma recente entrevista, ele alertou sobre a possibilidade de as máquinas superarem a inteligência humana, ressaltando que isso pode acarretar tanto transformações positivas na área da saúde quanto riscos sociais como o aumento da desigualdade e a automação de empregos.

Por outro lado, John Hopfield comentou a dualidade das tecnologias atuais: "Não estamos acostumados a ter tecnologias que não sejam simplesmente boas ou ruins; elas possuem capacidades embutidas em ambas as direções, o que é maravilhoso e, ao mesmo tempo, desconfortável".

A premiação de Hinton e Hopfield não só celebra suas contribuições significativas para a ciência, mas também levanta questões cruciais sobre os desafios que enfrentamos em um mundo cada vez mais permeado pela inteligência artificial. O diálogo sobre os limites e as responsabilidades na utilização dessa tecnologia será cada vez mais necessário conforme avançamos para um futuro onde as máquinas desempenham papéis cada vez mais centrais em nossas vidas.