Gleisi Hoffmann promete críticas severas ao Banco Central se Galípolo mantiver juros altos
2024-12-07
Autor: Pedro
Neste sábado (7 de dezembro de 2024), a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, não hesitou em criticar a atuação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Ela afirmou que ele está fazendo "terrorismo" com a política fiscal e com as nomeações para a autarquia, chamando de absurdo o atual patamar da taxa de juros, fixado em 11,25% ao ano.
Gleisi participou de uma reunião do diretório nacional do PT em Brasília e, em entrevista a jornalistas, declarou que essa taxa de juros é resultado de um processo especulativo, que, segundo ela, está diretamente ligado à gestão de Campos Neto. Ela fez questão de alertar que, independentemente de quem esteja à frente do BC, as críticas continuarão. "Não é o governo que dá orientação? Se for independente, por que estamos vendo esse aumento de juros?", questionou.
A deputada foi indagada sobre suas intenções de manter as críticas ao Banco Central em 2025, quando Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumirá a liderança da instituição. Gleisi reafirmou que sua posição permanecerá inalterada: "Com quem quer que esteja lá, nossa postura continuará a mesma, especialmente se a política de aumentar juros indevidamente persistir."
Em resposta a essas críticas, Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central, já havia sinalizado que não planeja mudar a estratégia monetária inicialmente. Ele ressaltou que a autoridade monetária não será influenciada por "posts em redes sociais" e que a Selic permanecerá em um patamar restritivo até que a inflação se aproxime da meta de 3%.
Por outro lado, o mercado financeiro já se prepara para um possível aumento na Selic. A expectativa é de uma alta de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) em 11 de dezembro. De acordo com uma pesquisa feita pelo Poder360, 8 dos 12 agentes consultados acreditam que a taxa básica irá terminar o ano em 12,00% ao ano. Contudo, análises mais conservadoras, como as da XP Investimentos, sugerem que o aumento pode chegar a 1,0 ponto percentual, o que não ocorre desde maio de 2022.
A pressão sobre a política monetária brasileira se intensifica, enquanto a disputa entre as diretrizes do governo e a autonomia do Banco Central promete ser um tema quente para os próximos meses.