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Goldman Sachs Alerta: EUA Mais Perto da Recessão e Rebaixa Previsões para o S&P 500

2025-03-31

Autor: Pedro

O renomado banco Goldman Sachs revisou suas previsões econômicas e vê o risco de uma recessão nos Estados Unidos mais palpável do que nunca. Com a crescente incerteza econômica, a instituição alterou de 20% para 35% a probabilidade de que o país enfrente uma recessão nos próximos 12 meses, um sinal alarmante para investidores e cidadãos.

Essa atualização acontece antes do que o presidente Donald Trump denomina de 'Dia da Libertação', programado para 2 de abril, quando se espera que a Casa Branca imponha tarifas recíprocas sobre importações de todos os parceiros comerciais americanos. A economia global observa com expectativa e receio, já que as consequências de tais medidas podem ser devastadoras.

Em um relatório, a Goldman Sachs expressou: “Estamos, pela segunda vez em menos de um mês, ajustando nossas estimativas em relação às tarifas e acreditamos que o risco associado às tarifas a serem anunciadas em abril é maior do que muitos participantes do mercado preveem.”

Historicamente, a equipe macro do Goldman Sachs foi cética em relação a previsões de recessão, mas agora os especialistas demonstram crescente preocupação com o futuro econômico do país. O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA deve crescer apenas 1% até o final do ano, um reflexo direto das políticas tarifárias, da repressão à imigração e dos cortes nos gastos públicos, que, juntos, devem subtrair 1,2 ponto percentual do crescimento anual esperado.

As tarifas que Trump deverá anunciar têm uma média ponderada estimada em 15%, o que colocaria a política tarifária dos EUA em linha com países como Brasil e Índia, conhecidos por seus altos níveis de protecionismo. No entanto, o Goldman aponta que haverá exceções para algumas mercadorias e países, o que pode suavizar o impacto das tarifas propostas.

Além disso, a expectativa para a inflação foi elevada de 3% para 3,5%, considerando o índice PCE (Personal Consumption Expenditures), o preferido pelo Federal Reserve. Este número é bem superior à meta de 2% do Fed, refletindo pressões inflacionárias mais intensas do que algumas análises previam.

Como resposta a essa deterioração econômica, o Goldman Sachs acredita que o Fed deverá realizar três cortes nos juros ao longo de 2023, programados para julho, setembro e novembro, uma medida que visa estimular a economia em tempos difíceis.

A equipe de estratégia de renda variável do Goldman também atualizou suas expectativas para o S&P 500, reduzindo as projeções pela segunda vez neste mês. Inicialmente, previa-se que o índice se mantivesse estável, mas agora esperam uma queda de 5% nos próximos três meses. Para os próximos 12 meses, a expectativa é de uma alta de apenas 6%, com o índice subindo para 5.900 pontos, muito abaixo da expectativa anterior de alta de 16%.

O novo preço-alvo para o S&P 500 no final do ano foi fixado em 5.700, próximo do patamar atual de cerca de 5.600 pontos. Antes, as previsões indicavam que o índice fecharia 2025 em impressionantes 6.500 pontos.

“Essas novas estimativas refletem as revisões no crescimento dos lucros e nos valuations, indicando uma base de crescimento econômico mais frágil e uma maior incerteza, além dos riscos crescentes de uma recessão iminente”, concluiu o banco, gerando preocupação entre investidores e analistas.