Governo dos EUA proibirá veículos conectados que utilizem tecnologia chinesa ou russa
2025-01-14
Autor: Pedro
O governo dos Estados Unidos, em um movimento decisivo, anunciou nesta terça-feira (14) que vai proibir, a partir de 2027, a venda de veículos conectados que incorporem qualquer tecnologia proveniente da China ou da Rússia, considerando essa ação uma medida essencial para a segurança nacional.
Essa proibição, que inclui tanto componentes quanto software, foi motivada por preocupações com segurança cibernética. O Departamento do Comércio havia realizado uma pesquisa pública em setembro, cuja conclusão culminou na elaboração de novas regras que visam a "proteger a cadeia de suprimentos de veículos conectados de ameaças externas".
A implementação será gradual: enquanto o software deve ser banido em 2027, os equipamentos terão sua proibição efetivada em 2029. Até o momento, nenhum carro conectado de fabricação chinesa é vendido nos Estados Unidos, embora a empresa BYD comercialize ônibus na Califórnia, que não estarão sujeitos a essa nova restrição.
É importante notar que fabricantes ocidentais, como a Volvo, que é controlada pela Geely da China, e outras marcas como Polestar, Buick e Lincoln, ainda vendem veículos produzidos na China no mercado americano.
A montadora Tesla, por sua vez, tem concentrado esforços na produção de veículos elétricos voltados para exportação, principalmente da China.
Gina Raimondo, a secretária de Comércio que está prestes a deixar o cargo, destacou em suas declarações que "os carros não são mais apenas aço sobre rodas; eles são computadores móveis, equipados com câmeras, microfones, dispositivos de GPS e outras tecnologias conectadas à Internet".
Com esta decisão, o Departamento de Comércio busca estabelecer normas fundamentais para proteger tanto a privacidade dos cidadãos americanos quanto a segurança nacional, evitando a entrada de adversários que poderiam manipular tecnologias para acessar dados sensíveis. As novas regras obrigarão os fabricantes a não utilizar quaisquer equipamentos ou softwares que tenham vínculo significativo com a China ou a Rússia.
A medida também atinge veículos de uso particular. O Departamento de Comércio estima que a cadeia de suprimentos para ônibus e caminhões seja ainda mais complexa, e que "regras específicas serão detalhadas em breve" para esses tipos de veículos, segundo o comunicado oficial.
O Futuro do Setor Automotivo
Lael Brainard, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, argumentou que a China está em um esforço contínuo para dominá-lo. A preocupação é que veículos conectados, equipados com software e hardware de potências externas, possam ser vulneráveis a abusos que comprometam dados sigilosos ou causem interferências no seu funcionamento.
Com a crescente presença de eletrônicos nos veículos modernos e a maioria deles conectada à Internet por meio de sistemas de navegação, essa questão se torna ainda mais crítica. Atividades como assistência ao motorista e direção autônoma aumentam o risco de intervenções externas indesejadas.
Recentemente, Washington também anunciou tarifas de 100% para carros elétricos importados da China a partir de 27 de setembro, intensificando a guerra comercial entre as duas potências. Os motoristas devem ficar atentos às futuras regulamentações, pois uma nova era de segurança automotiva está surgindo.