A renomada ativista ambiental Greta Thunberg não poupou críticas ao rascunho da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2024 (COP29), que está sendo realizada em Baku, Azerbaijão. Em suas redes sociais, ela o classificou como um "completo desastre" e uma "sentença de morte" para milhões de vidas afetadas pela crise climática.

A COP29 é um evento essencial que envolve países, diplomatas, cientistas e a sociedade civil para discutir e encontrar soluções para a iminente crise climática provocada por ações humanas. Contudo, Greta expressou sua profunda insatisfação com o andamento das negociações, destacando que a situação climática se agrava com o aumento sem precedentes de gases de efeito estufa, exacerbada por desigualdades sociais, conflitos e degradação ambiental.

"As pessoas no poder estão prestes a concordar com uma sentença de morte para inumeráveis vidas que já foram ou serão devastadas pela crise climática", alertou Greta. Ela criticou o rascunho do acordo, que sugere um financiamento anual de apenas US$ 250 bilhões dos países ricos, um montante considerado irrisório frente ao esperado, de pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano. Esta discrepância entre as expectativas e a realidade é um dos principais pontos de discórdia do evento.

"Com a COP29 se aproximando do seu fim, não deveria ser surpresa que essa conferência mais uma vez esteja fracassando", disse a jovem ativista. "O texto atual está repleto de soluções fictícias e promessas vazias. O financiamento necessário para reparar a dívida climática dos países do Norte Global simplesmente não apareceu."

Enquanto o mundo se prepara para possivelmente o ano mais quente já registrado, com níveis de gases de efeito estufa atingindo recordes históricos, Thunberg enfatizou que os atuais sistemas de negociação climática estão falhando. "A cada discurso, a cada acordo, fica claro que cabe a nós, coletivamente, tomar as ações necessárias e mostrar onde se encontra a verdadeira liderança. Eles não farão isso por nós", afirmou.

Greta também criticou o país anfitrião da COP29, o Azerbaijão, caracterizando-o como um stateu petro-estado autoritário que tem um histórico de limpeza étnica e genocídio contra armênios. "A sociedade civil que está presente na COP29 está sendo silenciada, mas continua lutando e pressionando os negociadores em busca de um mínimo aceitável de medidas. Enquanto isso, as opressões e guerras intensificam-se em todo o mundo", declarou.

As negociações na COP29 ainda enfrentam grandes obstáculos, com delegações de pequenos Estados insulares e países em desenvolvimento abandonando a reunião em protesto. Informações também indicam que a Arábia Saudita teria feito alterações no texto oficial do acordo em curso.

Vale lembrar que a COP29 é a 29ª edição da Conferência das Partes das Nações Unidas, que ocorre anualmente desde 1995, exceto em 2020. A sigla COP refere-se às 197 nações que assinaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Este tratado visa estabilizar as emissões de gases de efeito estufa e combater a ameaça ao clima da Terra.

Neste ano, pela primeira vez, a temperatura global ultrapassou 1,5°C, e dados do observatório Copernicus revelam um aumento recorde de temperaturas. O tempo está se esgotando, e a pressão para ações reais e efetivas só cresce!