'Homo juluensis': Cientistas Revelam Nova Espécie Humana com Dentes e Crânios Gigantes, Extinta há 200 Mil Anos na China
2024-11-28
Autor: João
Uma equipe de cientistas fez uma descoberta surpreendente ao revelar os restos fossilizados de uma nova espécie humana, chamada Homo juluensis, na China. Esses fósseis foram encontrados juntamente com milhares de artefatos, incluindo ferramentas de pedra e ossos de animais, que oferecem um vislumbre fascinante sobre a vida dessa espécie extinta.
Análises indicam que o Homo juluensis era um caçador habilidoso que utilizava peles de animais para confeccionar roupas. Os pesquisadores acreditam que esses humanos primitivos viviam em pequenos grupos, cada um deles vulnerável a extinções locais, especialmente durante a imigração dos Homo sapiens para a Europa e Ásia, que ocorreu cerca de 120 mil anos atrás.
Christopher Bae, coautor do estudo, explicou: "O registro do leste asiático nos leva a entender quão complexa é a evolução humana e nos força a repensar diversas interpretações sobre modelos evolutivos, em harmonia com o crescente registro fóssil." Durante a época em que o Homo juluensis viveu, a Terra enfrentou mudanças climáticas drásticas, incluindo períodos glaciais que resultaram em climas mais frios e secos. Isso contribuiu para a fragilidade da população dessa espécie.
A densidade populacional do Homo juluensis pode nunca ter sido tão alta quanto a dos humanos modernos que deixaram a África. Os Homo sapiens acabaram por predominar, subjugando geneticamente outras populações, incluindo os Neandertais e o Homo juluensis.
Os cientistas da Universidade de Honolulu e da Academia Chinesa de Ciências descobriram que os crânios do Homo juluensis tinham tamanhos superiores aos dos Neandertais e Homo sapiens. Contudo, Bae alertou: "Tamanhos maiores não implicam, necessariamente, uma inteligência superior."
Além disso, a equipe comparou os fósseis do Homo juluensis com os de Neandertais e Denisovanos, uma espécie que foi identificada por fragmentos ósseos encontrados na Sibéria em 2008. A pesquisa revelou que o Homo juluensis compartilhava algumas características dentárias com os Denisovanos, sugerindo um vínculo evolutivo.
As análises focadas nas superfícies de mordida, onde dentes inferiores e superiores se encontram, mostraram que os molares do Homo juluensis são quase idênticos aos dos Denisovanos. Essa descoberta levantou a hipótese de que, em vez de serem uma espécie isolada, os Denisovanos podem ser uma representação de uma população mais ampla que inclui Homo juluensis.
Os artefatos encontrados junto aos fósseis indicam que o Homo juluensis se sustentava da caça de cavalos selvagens, utilizando cada parte dos animais, desde a carne até as peles, para vestir-se contra o frio intenso da época. Eles caçavam em grupos, demonstrando uma estratégia comunitária adaptada ao seu ambiente desafiador.
O estudo, recém-publicado na revista Nature, sugere que essa nova espécie pode ter surgido a partir de cruzamentos genéticos com Homo sapiens e migrações durante o Período Quaternário Tardio, iniciado há 300 mil anos atrás. A pesquisa enfatiza a complexidade da evolução humana, destacando que múltiplas linhagens de hominídeos coexistiram durante esse período, revelando uma diversidade humana muito maior do que anteriormente imaginada.
Essas descobertas não apenas expandem nosso conhecimento sobre a diversidade das espécies humanas na pré-história, mas também provocam novas questões sobre como essas espécies interagiram e sobreviveram a desafios ambientais severos, mudando a forma como entendemos a nossa própria história evolutiva.