Ibovespa registra queda após altas consecutivas

O Ibovespa apresentou um recuo nesta segunda-feira (23), após registrar duas altas consecutivas. A cautela entre os investidores permanece alta, especialmente diante da expectativa em torno da dinâmica das contas públicas e da economia fiscal resultante da aprovação do pacote de cortes de gastos no Congresso Nacional.

Números do Ibovespa

Por volta das 11h40, o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, caiu 0,83%, alcançando 121.084,71 pontos. O volume financeiro registrado foi de R$ 3,86 bilhões. Segundo análise da XP, o potencial de economia fiscal para o próximo bienal caiu de R$ 52 bilhões para R$ 44 bilhões, enquanto cálculos governamentais sustentam um valor próximo de R$ 70 bilhões.

Previsões de analistas

"Embora as medidas apontem uma direção correta, acreditamos que o ganho não será suficiente para garantir o cumprimento das metas primárias e, particularmente, a manutenção do limite de despesas estabelecido pelo arcabouço fiscal nos próximos anos", alertaram os analistas em um relatório.

Pacote fiscal no Congresso

Na semana passada, o Congresso aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e dois projetos de lei associados ao pacote fiscal, mas com algumas alterações nos textos originais. O ministro da Fazenda indicou que os ajustes resultariam em uma redução de aproximadamente R$ 1 bilhão no impacto do pacote, mas que isso não comprometeria os resultados finais.

Incertezas no mercado

A expectativa de frustração gerada pelos anúncios do pacote reforçou a incerteza no mercado, conforme observado por economistas do Banco Daycoval, chefiados por Rafael Cardoso, que revisaram suas previsões macroeconômicas.

Perspectiva de resultados futuros

"Mantemos a perspectiva de que, dado o esforço em implementar medidas impopulares, mas necessárias para ajuste fiscal, o resultado primário e a dívida pública continuaram em uma trajetória desafiadora", apontaram.

Impacto das férias no mercado

A ausência de negociações na B3 nos dias 24 e 25 de dezembro reforça a cautela no mercado, principalmente com a abertura de Wall Street na terça-feira, dia 26.

Desempenho das ações

Dentre as ações em destaque, AZUL PN sofreu uma queda de 6,87%, pressionada pelo aumento do dólar em relação ao real, ao lado de outras taxas de DI que impactaram ações de setores cíclicos. CVC BRASIL ON também viu suas ações caírem 4,85%. O índice do setor de consumo apresentou uma queda de 1,56%, enquanto o setor imobiliário perdeu 2,02%.

Ações em alta

Em contraste, HYPERA ON subiu 4,76%, após o fundo Dodgers ter elevado sua participação na empresa farmacêutica para cerca de 6,02% do capital social total. A EMS, que em outubro tentou uma fusão com a Hypera, está por trás desse movimento.

Correção de ações de estreantes

AUTOMOB ON caiu 7,14%, refletindo uma correção após forte valorização desde sua estreia na bolsa, onde passou de R$ 0,17 para R$ 0,91 em questões de dias.

Resultados financeiros de IRB

IRB(RE) ON teve leve alta de 0,24%, reportando um lucro líquido de R$ 24,2 milhões em outubro, com a emissão de prêmios totalizando R$ 481,9 milhões e um índice de sinistralidade de 78,2%.

Desempenho dos bancos

Os bancos também enfrentaram um dia difícil, com ITAÚ UNIBANCO PN caindo 2,1%, BRADESCO PN recuando 1,02% e SANTANDER BRASIL UNIT apresentando uma queda de 2,06%.

Petrobras e Vale

PETROBRAS PN teve uma leve alta de 0,08%, mesmo com o petróleo em queda no mercado internacional, onde o barril de Brent caiu 0,33%. A Petrobras anunciou a rescisão de um contrato de desinvestimento dos campos de Uruguá e Tambaú na Bacia de Santos, uma venda inicialmente negociada com a Enauta.

VALE ON subiu 0,31%, impulsionada pela alta nos contratos futuros do minério de ferro na China, que teve uma valorização de 0,84%, fechando a R$ 106,87 a tonelada métrica.

Expectativas para o futuro

Com toda a movimentação, o que esperar dos próximos dias para o mercado brasileiro? A resposta pode ser mais complexa do que parece.