O Ibovespa encerrou a quinta-feira com um crescimento robusto de 1,40%, atingindo 127.857,58 pontos, o que representa um lucro de 1.770,56 pontos. Curiosamente, o dólar comercial também registrou sua terceira queda consecutiva, operando abaixo dos R$ 6 durante a sessão, mas na reta final, caiu para R$ 6,01, marcando uma perda de 0,60%. Os juros futuros (DIs) continuam em alta com a parte mais curta da curva anunciando um retorno de mais de 14%.

Este desempenho positivo do índice é atribuído principalmente à aprovação pelo Congresso do regime de urgência para o projeto do pacote fiscal. O especialista em mercado de capitais, Idean Alves, destacou que essa medida vai acelerar a análise das propostas e deverá resultar em uma economia significativa, esperada em até R$ 70 bilhões até 2026.

No entanto, não são apenas boas notícias: o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manifestou preocupações com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para cortes de gastos, alertando que isso poderia prejudicar "direitos consagrados e a estabilidade" em várias instituições.

Por outro lado, a Ministra do Planejamento, Simone Tebet, se defendeu das críticas direcionadas ao governo, enfatizando que a atual configuração econômica, que inclui altos investimentos e a menor taxa de desemprego da história, não justifica o descontentamento de 90% do mercado em relação ao desempenho do governo. Ela afirmou: "Isso não é imparcialidade; é jogar contra o país."

O endividamento dos brasileiros apresentou um leve aumento de outubro para novembro, encerrando quatro meses de queda consecutiva. Além disso, o nível de inadimplência também subiu, segundo relatórios da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Encontro do Mercosul-UE

Enquanto isso, em termos de acordos comerciais, notícias do Uruguai indicam que a conclusão do aguardado acordo entre o Mercosul e a União Europeia está mais próxima do que nunca. Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, já está na América Latina para discutir os detalhes finais do tratado de livre comércio. Apesar da resistência da França, que ainda impõe algumas objeções, analistas acreditam que isso poderá ser superado em breve.

Alta das Ações

Setores como Vale e Petrobras também se beneficiaram do clima positivo no mercado. A Eletrobras (ELET3) foi uma das que mais se destacaram, com um avanço notável de 4,02% devido à certeza de que não haverá mais discussões com o governo em relação à antecipação de recursos, o que aumenta as expectativas de dividendos futuros.

Os bancos continuam a se recuperar, com Itaú Unibanco (ITUB4) apresentando uma valorização de 2,14%. O setor de varejo terminou o dia de maneira mista, com a Ambev (ABEV3) subindo 3,52%, apesar de expectativas de margens menores para 2025, segundo especialistas do setor.

A expectativa para o fechamento da semana permanece otimista, especialmente com a divulgação do relatório de emprego (payroll) nos EUA, que pode ter implicações diretas sobre as decisões do Federal Reserve em relação às taxas de juros. Os investidores estão atentos aos desdobramentos no Congresso brasileiro e como isso pode impactar o panorama econômico do país.

A movimentação intensa e os resultados positivos nas bolsas podem trazer uma nova perspectiva para o fim do ano, servindo como um indicativo do que está por vir em 2024.