Os dados recentes do IPCA-15 revelam que a inflação acumulada em 2024 atingiu 4,71%, superando a meta estipulada pelo Banco Central do Brasil, que é de 3,0%. Vale ressaltar que essa meta é considerada atingida quando a inflação fica entre 1,50% e 4,50% ao final do ano.

Apesar de o IPCA-15 de dezembro ter mostrado uma desaceleração em relação ao mês anterior, que apresentou uma alta de 0,62%, o número continua preocupante. Para se ter uma ideia, dezembro de 2023 registrou uma alta de 0,40%, e a expectativa do mercado financeiro era que essa prévia da inflação alcançasse 0,45%.

O destaque negativo para dezembro ficou com o grupo de Alimentação e Bebidas, que apresentou um aumento significativo de 1,47%, contribuindo com 0,32 pontos percentuais para o índice. O que mais impactou? O óleo de soja e as carnes, que continuam a ser os principais vilões da inflação.

Os alimentos no domicílio foram particularmente afetados, com uma elevação média de 1,56%. Quando olhamos para as maiores altas de preços, notamos que o óleo de soja disparou 9,21%, enquanto as carnes, como alcatra (9,02%), contrafilé (8,33%) e carne de porco (8,14%), também mostraram aumentos alarmantes. Por outro lado, os consumidores tiveram um alívio com a queda nos preços da batata-inglesa (-9,85%), tomate (-6,71%) e leite longa vida (-2,42%).

A alimentação fora de casa também não ficou de fora do aumento, registrando um crescimento de 1,23%. O IBGE apontou que tanto as refeições quanto os lanches subiram, com variações de 1,34% e 1,26%, respectivamente.

Outra categoria que exerceu forte pressão sobre o IPCA-15 foi Despesas Pessoais, com um aumento de 1,36%, impactando o índice em 0,14 pontos percentuais. Esse avanço foi majoritariamente impulsionado pelo aumento de 12,78% no preço dos cigarros, resultado do ajuste na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir de 1º de novembro.

Os Transportes também contribuíram para o aumento da inflação, apresentando uma alta geral de 0,46%, com destaque para as passagens aéreas, que saltaram 4,43%.

Por outro lado, o grupo de Habitação deu um respiro aos consumidores, com uma redução média de 1,32%, impactando negativamente o índice em 0,20 pontos percentuais. Essa diminuição foi impulsionada pela queda nos preços da energia elétrica residencial, que recuou 5,72%, em razão da volta da bandeira tarifária verde estabelecida em 1º de dezembro, que isentou os consumidores de cobranças adicionais em suas contas.

A situação econômica continua desafiadora, e com as oscilações do mercado, todos os olhos estão voltados para os próximos meses e como isso afetará o bolso dos brasileiros.