O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, fez declarações bombásticas nesta quarta-feira (11 de dezembro de 2024), afirmando que a queda do governo de Bashar al-Assad na Síria foi, sem sombra de dúvida, o resultado de uma conspiração orquestrada pelos Estados Unidos e Israel. "Temos provas que são indiscutíveis", enfatizou Khamenei, marcando essa como a primeira vez que ele fala publicamente sobre a derrubada do regime sírio.

Além de apontar os EUA e Israel como os principais culpados, Khamenei também insinuou que a Turquia teve um papel significativo nesse processo. "Não há dúvida de que o principal conspirador e centro de comando estão nos EUA e no regime sionista", disse, enquanto uma multidão o apoiava com gritos de "morte aos EUA" e "morte a Israel".

Em meio a essa tensão, a rede estatal Al Jazeera informou que os recentes ataques aéreos israelenses na Síria estão complicando ainda mais a transição de poder no país. Esses bombardeios, segundo a emissora, estão buscando destruir estruturas militares estratégicas da Síria, enfraquecendo sua capacidade de defesa em um cenário já caótico.

Mohammed al-Bashir, que foi nomeado como primeiro-ministro interino da Síria, ressaltou que o país precisa de "estabilidade e calma". Ele afirmou que está em contato com representantes do regime de Assad para redefinir serviços e instituições públicas essenciais.

Na mesma linha, o porta-voz da Casa Branca, Matt Miller, comentou que a mudança de regime na Síria "deve ser um processo liderado pela Síria", enfatizando que não deve haver imposição externa. Miller deixou claro que, enquanto os EUA desejam um processo pacífico, também esperam que Israel não aumente as tensões no conflito regional.

Nesta quarta-feira, o Papa Francisco se manifestou sobre a situação, pedindo que a nova liderança síria trabalhe para estabilizar o país e promover a unidade nacional. "Rezo para que o povo sírio possa viver em paz e segurança em sua terra amada", disse o Papa, ressaltando a necessidade de amizade e respeito mútuo entre as diversas religiões do país.

Com a tensão subindo, olhar para o futuro da Síria se torna uma questão cada vez mais complexa. Sem um acordo claro entre as potências e a liderança interna, o que realmente espera o povo sírio diante de um cenário que constantemente se transforma? As repercussões dessa crise não afetam apenas a região, mas têm o potencial de impactar toda a ordem geopolítica global.