Ações de Empresas Chinesas Disparam em Nova York: O Que Está Acontecendo?
2024-12-09
Autor: Ana
As ações de empresas chinesas listadas nos Estados Unidos tiveram uma alta impressionante nesta segunda-feira, registrando um aumento significativo após os líderes em Pequim adotarem uma abordagem mais clara sobre a intenção de expandir o afrouxamento monetário e estimular o consumo interno.
O índice Nasdaq Golden Dragon China, que acompanha as maiores ações chinesas nos EUA, disparou 8,5%, marcando seu maior ganho desde o final de setembro. Gigantes da tecnologia como Alibaba e PDD Holdings também viram suas ações subirem mais de 7% em Nova York. O entusiasmo não foi limitado apenas a empresas chinesas; companhias ocidentais com forte conexão com o consumo na China, como a Estée Lauder, também registraram altas significativas.
O que levou a essa recuperação? O Politburo chinês anunciou uma nova estratégia monetária que promete se manter “moderadamente frouxa” até 2025, representando a mudança mais significativa em sua política desde 2011. Os líderes afirmaram seu compromisso em estabilizar os mercados imobiliário e de ações, além de “aumentar vigorosamente o consumo”.
De acordo com Geoffrey Yu, estrategista do Bank of New York Mellon Corp., “a mensagem positiva em relação ao consumo das famílias é o que torna essa declaração única”. A recente alta das ações chinesas nos EUA ressoou com um rally semelhante do final de setembro, quando o banco central da China divulgou uma série de medidas para relaxar a política monetária. Contudo, as expectativas de muitas ações se mostraram frustradas com subsequentes iniciativas do governo que foram consideradas modestas.
Historicamente, o índice Nasdaq Golden Dragon China apresentou uma impressionante recuperação de cerca de 50% entre a mínima registrada em agosto e o pico em outubro, antes de recuar cerca de 15% até o final da última semana. Com a iminência de uma nova guerra comercial sob uma administração Trump reeleita, as expectativas dos investidores foram temporariamente ofuscadas, mas agora parecem estar se reacendendo.
Os investidores voltam suas esperanças para a Conferência Central de Trabalho Econômico, que ocorrerá ainda esta semana na China. Enquanto isso, dados recentes mostraram que a demanda interna continua fraca, com os preços ao consumidor subindo apenas levemente em novembro, apontando para um cenário econômico desafiador.
Em um compromisso de apoio ao crescimento econômico, o premier chinês, Li Qiang, garantiu que o governo fará tudo o que for necessário para fomentar o consumo interno. Ele ressaltou a intenção de implementar medidas contracíclicas robustas e intensificar políticas macroeconômicas para sustentar a economia, especialmente em vista da queda no consumo e da deflação.
Além disso, as tensões em torno de um possível desacoplamento entre as duas maiores economias do mundo acendem ainda mais a preocupação com a economia global, com muitos adjetivando a situação como crítica. Durante uma coletiva, o vice-ministro das Finanças da China, Liao Min, explicou que as interações com organizações internacionais têm revelado conselhos sobre como proceder diante dessa turbulência econômica.
No que diz respeito às futuras decisões de política econômica, o Politburo sinalizou uma abordagem mais ousada, com uma ênfase em estímulos que divergem da metodologia tradicional aplicada nos últimos anos. Essa mudança de linguagem sugere que um pacote estímulo mais ambicioso pode estar em jogo, o que é crucial considerando as pressões internas e externas que a economia chinesa enfrenta.
A próxima reuniu em dezembro do Politburo definirá a agenda para a Conferência Central de Trabalho Econômico, que irá moldar as prioridades e metas do país para o ano seguinte. A expectativa é que esta conferência revele mais detalhes sobre os planos da China, e o mundo observa atentamente como a segunda maior economia do planeta lidará com os desafios futuros.