Mundo

Israel intensifica ataques em campo de refugiados de Jabalia: Desespero e caos em Gaza

2024-10-12

Autor: Lucas

Neste sábado (12), um novo capítulo de violência foi registrado em Gaza, onde as Forças Armadas de Israel bombardearam o campo de refugiados de Jabalia, resultando na morte de pelo menos 19 palestinos, segundo informações de autoridades locais controladas pelo Hamas.

Soldados israelenses, apoiados por tanques, avançaram sobre a área onde milhares de palestinos permanecem cercados. Israel justifica suas ações alegando que está em uma operação para impedir a reorganização do Hamas na região norte, afirmando que armas e infraestrutura militar foram encontradas no local.

Sarah Vuylsteke, coordenadora do Médicos sem Fronteiras (MSF) em Gaza, relatou a gravidade da situação: "Ninguém pode entrar ou sair, e quem tenta é baleado."

Um motorista da MSF, identificado apenas como Haydar, expressou seu desespero: "Podemos morrer a qualquer momento. As pessoas estão passando fome, e tenho medo de ficar, mas também de ir."

Desde o início da guerra, após o ataque de 7 de outubro que deixou 1.200 israelenses mortos, os bombardeios israelenses já resultaram na morte de mais de 42 mil palestinos na Faixa de Gaza. Apenas na última semana, mais de 150 vidas foram perdidas em Jabalia devido aos ataques. No dia anterior, quatro casas foram atingidas, causando a morte de cerca de 20 pessoas.

A situação humanitária é desesperadora, com órgãos da ONU relatando que cerca de dois terços das construções em Gaza foram destruídas. Autoridades locais alertam que a fome é generalizada entre os 2 milhões de habitantes do território, sem para onde se deslocar.

Além disso, Israel ameaçou desocupar três hospitais que ainda operam na região, colocando em risco a vida de pacientes e profissionais de saúde. O Hamas acusa Israel de punir civis palestinos por não abandonarem suas casas no norte, enquanto Israel defende que não está mirando alvos civis.

A ONU expressou preocupação de que os conflitos atuais possam prejudicar a campanha de vacinação contra a poliomielite em Gaza, especialmente após a confirmação do primeiro caso da doença em 25 anos, detectado em agosto deste ano.

Em outra frente, Israel ordenou que moradores de 22 vilarejos no sul do Líbano deixassem suas casas. A intenção é garantir a segurança de residentes do norte de Israel, que já estão deslocados há meses devido aos ataques do grupo armado Hezbollah.

Até o momento, a invasão israelense no Líbano já forçou mais de 1,2 milhão de libaneses a abandonarem seus lares, com aproximadamente 2.100 mortos desde o início dos conflitos em 7 de outubro de 2023.

Em resposta, o Hezbollah informou que realizou um ataque com drones contra uma base militar em Haifa, um dos principais portos de Israel. O alarme soou em várias partes do país, e as forças israelenses declararam ter interceptado um projétil disparado do território libanês.

A situação na região continua tensa, com ambos os lados do conflito se preparando para novos confrontos. O que acontecerá a seguir? O conflito irá escalar ainda mais, ou haverá espaço para negociações? A comunidade internacional observa com preocupação.