Nação

Juiz de São Paulo é Acusado de Usar Identidade Falsa por Mais de 40 Anos e Enganar Instituições

2025-04-03

Autor: Maria

A Promotoria revelou que os motivos para a suposta vida dupla do juiz ainda são "desconhecidos". A investigação começou após uma tentativa do mesmo de obter um novo RG usando um nome falso em um Poupatempo na capital paulista, em outubro do ano passado.

O juiz, que atuou sob a identidade fictícia por décadas, foi identificado como Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, mas a verdade é que seu nome real é Josué Eduardo Franco dos Reis, de 67 anos. Ele utilizou essa identidade falsa ao longo de sua carreira no Judiciário de São Paulo, ocupando posições de destaque no Tribunal de Justiça.

Segundo informações do Ministério Público, Josué Eduardo estudou Direito na USP na década de 1980. Após ser aprovado no concurso para juiz, sua trajetória foi marcada por milhares de decisões em varas cíveis, todas assinadas sob o nome de Wickfield. Ele também coordenou o Núcleo Regional da Escola Paulista da Magistratura em Serra Negra (SP) e se aposentou em 2018.

Curiosamente, uma reportagem da "Folha de S.Paulo" em 1995 já mencionava Wickfield como "filho de imigrantes britânicos" e afirmava que ele era neto de um magistrado britânico. Porém, a realidade é muito diferente; seus pais eram Vitalina e José, conforme registros autênticos.

A falsa identidade de Wickfield foi criada em 1980, quando Josué obteve um RG com informações de uma família inventada. Ele supostamente declarou ser filho de pessoas que, até agora, não foram encontradas, e as primeiras documentações falsas foram adquiridas através de documentos que não possuíam segurança suficiente, facilitando a falsificação.

O inquérito do Ministério Público aponta que Josué cometeu crimes de falsidade ideológica e uso de documentos falsos em várias ocasiões, com registros em 2021 e 2020, além da tentativa em 2024. As investigações não só revelaram a fraude como também conseguiram rastrear a verdadeira identidade do acusado por meio de impressões digitais.

Neste caso, a gravidade das acusações é impressionante, já que um membro do judiciário, que deveria ser um exemplo e defensor da justiça, se envolveu em uma trama tão elaborada. O Ministério Público requer agora o cancelamento de todos os documentos falsos e inquéritos relacionados.

Essa situação levanta um alerta sobre como instituições podem se tornar vulneráveis e ressalta a importância de estritas medidas de segurança em documentos oficiais. A sociedade exige respostas e a justiça será feita a quem confiou na integridade de um juiz.