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Libertação em massa: 225 detidos nos protestos da Venezuela são soltos, confirma MP

2024-11-17

Autor: Maria

Na Venezuela, um respiro de alívio para muitas famílias: pelo menos 225 pessoas detidas durante os tumultos que seguiram a controversa reeleição do presidente Nicolás Maduro, em 28 de julho, foram finalmente libertadas. A informação foi divulgada pelo Ministério Público no último sábado (16), indicando que, entre as medidas de liberdade, representaram uma resposta a um cenário de crescente tensão e protestos no país.

Durante as manifestações, mais de 2.400 indivíduos foram presos, com relatos de 28 mortes e quase 200 feridos, informações que foram confirmadas por várias organizações não governamentais. Para muitos, a libertação é um testemunho da pressão internacional e da mobilização de grupos de direitos humanos que continuam a exigir a liberdade dos detidos.

As libertações ocorreram entre a tarde de sexta-feira (15) e o sábado (16), resultando em uma série de saídas emocionantes em diversas prisões; entre elas, Yare III e Las Crisálidas. Um dos libertados, Alexis José Ochoa, de 64 anos, compartilhou sua alegria: "Estou tão feliz de estar de volta na rua," disse ele, ao receber o carinho de familiares que o aguardavam.

Além dos 225 libertados, o Observatório Venezuelano de Prisões confirmou que entre aqueles que saíram, havia quatro adolescentes detidos. Contudo, a ONG Foro Penal relatou que ainda existem 69 jovens internados, destacando a grave situação enfrentada por muitos jovens no país.

"O processo ofensivo da prisão foi terrível, mas dentro da prisão nos tratavam bem. O pior foi o medo e a agressão dos policiais durante a detenção," afirmou Ochoa, ao lembrar os momentos difíceis que viveu. As notícias sobre as libertações chegaram, em muitos casos, através de rumores nas redes sociais, levando diversas famílias a prisões com a esperança de reencontrar seus entes queridos.

O clima de expectativa crescente se deu também pela recente ordem de revisão de casos determinada pelo próprio Maduro, que se comprometeu a "corrigir erros processuais" onde necessário. De acordo com o procurador-geral Tarek William Saab, aqueles que não possuem responsabilidade legal no contexto das investigações poderiam ser liberados.

Essa libertação, no entanto, não apaga a dura realidade da repressão política na Venezuela. Há denúncias de tortura, maus-tratos e condições desumanas enfrentadas pelos detidos. Em resposta a essa crise, uma vigília está sendo planejada por familiares, que continuam exigindo "justiça" e a imediata libertação dos demais encarcerados. "Não são apenas 225, mas mais de 2.000 jovens detidos injustamente!", destacou uma convocação para o evento.

O Foro Penal denunciou a existência de quase 1.976 presos políticos na Venezuela, o maior número na história do século XXI no país e em todo o continente americano. O estado de saúde dos prisioneiros é alarmante, com relatos de que um militante opositor faleceu recentemente sob custódia devido a problemas cardíacos exacerbados por complicações de diabetes. A luta pela liberdade e justiça continua, enquanto muitos clamam por mudanças em um cenário de profunda crise social e política.