O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou uma decisão importante ao indicar Wadih Damous, que atualmente ocupa o cargo de Secretário Nacional do Consumidor, para assumir a presidência da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). O atual presidente, Paulo Rebello, finaliza seu mandato no próximo dia 21, e essa mudança gerará impactos significativos no setor de saúde suplementar.

Com essa nomeação, Wadih Damous deverá deixar a Secretaria Nacional do Consumidor, um órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele foi nomeado para essa função no início do governo Lula e manteve-se no cargo mesmo após mudanças na equipe ministerial, como a saída de Flávio Dino e a entrada de Ricardo Lewandowski.

O governo federal pretende indicar Damous a tempo de que seu nome seja apreciado na sessão do Senado marcada para quarta-feira (11), que também incluirá votações para o Banco Central, o STM (Superior Tribunal Militar), o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados).

Para ser efetivado no cargo, Wadih passará por uma sabatina na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado, onde deve ser aprovado pelo plenário. Informações indicam que ele já está se preparando para essa sabatina, que deve ser agendada pelo presidente da comissão, senador Humberto Costa (PT-PE).

A especulação em torno da nomeação de Wadih ganhou força após a Senacon abrir um processo administrativo contra 14 operadoras de planos de saúde, denunciando práticas abusivas e cancelamentos unilaterais de contratos no final de novembro. Essa ação foi vista como um movimento do governo para fortalecer a regulação do setor.

Entretanto, em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, Wadih Damous negou que sua indicação estivesse relacionada a essas investigações. "Não tem nada a ver. Estou apenas cumprindo com minhas obrigações, uma vez que existem muitas reclamações de consumidores", disse ele.

Wadih, além de advogado, foi deputado federal pelo Rio de Janeiro de 2015 a 2019 e teve um papel ativo na defesa do ex-presidente Lula durante a Operação Lava Jato. Durante esse período, ele se tornou um aliado próximo do presidente, visitando-o frequentemente na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula ficou preso.

Com a mudança na ANS, especialistas alertam que será crucial observar como Wadih Damous atuará frente aos desafios que o setor de saúde suplementar enfrenta, especialmente em um momento em que a insatisfação dos consumidores tem crescido e as pressões por mais transparência e qualidade têm aumentado. A nomeação de Damous pode sinalizar uma nova era de regulação e proteção ao consumidor na saúde.