O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma reunião no Palácio da Alvorada com seus 38 ministros nesta sexta-feira (20). Também participaram do encontro a primeira-dama Janja e o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que assume o cargo em janeiro de 2025.

Durante a confraternização, Lula revelou que Galípolo o orientou a conversar mais e brigar menos, um conselho que pode ser um reflexo das crescentes tensões entre o governo e o mercado financeiro. A declaração vem em um momento em que o dólar alcançou a marca de R$ 6,30, registrando um aumento de 25% em relação ao início do ano. Essa alta preocupou muitos investidores e analistas econômicos, pois sinaliza nervosismo em relação às políticas fiscais do governo e a efetividade de um pacote de cortes de gastos que visa estabilizar a economia.

Lula expressou sua preocupação com os altos juros, que estão em 12,25% ao ano, mas evitou criticar abertamente o Banco Central, que possui a autonomia para determinar a taxa Selic. Ao contrário disso, ele fez um apelo em um vídeo publicado ao lado de ministros e Galípolo, onde defendeu a estabilidade econômica e o combate à inflação.

"Quero que você saiba que jamais, jamais haverá da parte da presidência qualquer interferência no trabalho que você tem que fazer no Banco Central", afirmou Lula, assegurando que Galípolo terá a maior autonomia já concedida a um presidente do BC. Em meio ao clima de confraternização, fica a expectativa sobre como o governo buscará um equilíbrio entre diálogo e medidas eficazes para a economia, em um cenário marcado por incertezas e desafios.

Analistas acreditam que a capacidade de Galípolo de gerenciar a política monetária sem pressões externas será crucial para a recuperação econômica do Brasil. Em um contexto onde a credibilidade fiscal é cada vez mais cobrada, essas mensagens de conciliação podem ser fundamentais para trazer estabilidade e confiança ao mercado.