O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou sua decisão de viajar em um KC-30, a maior aeronave da frota da Força Aérea Brasileira (FAB), em sua próxima visita ao Japão e Vietnã, marcada para este sábado (22). Informações confirmadas pela CNN Brasil destacam que esta escolha visa otimizar a logística da viagem, com o KC-30 possuindo uma autonomia de até 12 horas sem necessidade de escalas, ao contrário do Airbus A319, conhecido como “Aerolula”, que requereria ao menos duas paradas para o mesmo percurso.

O KC-30, um Airbus A330-200 adquirido em 2022 durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) por aproximadamente 80 milhões de dólares, está configurado para transportar até 238 passageiros, além de 45 toneladas de carga. A aeronave possui uma divisão de classes, incluindo econômica, executiva e uma área reservada para a primeira classe. O uso desse modelo se alinha com a necessidade crescente de um transporte aéreo mais eficiente e seguro em missões de grande relevância, incluindo repatriações e auxílio humanitário, como o transporte de brasileiros durante crises no Líbano e em Israel em 2023.

Destaca-se que a FAB atualmente opera com duas unidades do KC-30, que também foram preparadas para uma missão presidencial à Rússia, que foi cancelada depois que Lula sofreu um acidente em casa. A decisão de fazer a transição do Airbus A319 para o KC-30 já vinha sendo discutida, especialmente após incidentes que comprometeram a segurança do A319, como a pane ocorrida em setembro de 2023 ao decolar da Cidade do México, quando o avião precisou retornar e realizar um pouso de emergência.

O Airbus A319 é dividido em três setores: assentos para autoridades na parte dianteira, uma sala de reuniões no centro e uma área traseira para demais passageiros - o que muitas vezes se torna insuficiente em missões que demandam mais conforto e capacidade. Lula avaliou previamente a aquisição de uma nova aeronave para substituir o A319, mas essa proposta foi suspensa. Uma alternativa considerada foi a adaptação de um dos KC-30 para uso exclusivo presidencial, embora houvesse resistência devido às missões logísticas e humanitárias que esses aviões também realizam.

Essa mudança na logística presidencial pode refletir uma nova postura de Lula em relação às suas viagens internacionais, priorizando eficiência e segurança. O presidente mostra-se ciente das limitações de seu transporte atual e busca garantir que sua administração possa realizar deslocamentos de maneira mais segura e prática, em um cenário internacional cada vez mais complexo.