Na terça-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou a barragem de Oiticica, situada em Jucurutu, no Rio Grande do Norte. Esta estrutura, parte do ambicioso projeto de transposição do rio São Francisco, leva 12 anos de construção, iniciada durante o governo de Dilma Rousseff, e sua conclusão só foi possível após sucessivas interrupções.

Prevista para ser finalizada em 2015, a obra teve uma trajetória repleta de desafios e atrasos, recebendo aportes financeiros de quatro administrações nacionais: Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e, finalmente, Lula (PT). O investimento final foi superior a R$ 813 milhões, incluindo verbas do Orçamento Geral da União (OGU) e emendas parlamentares.

Com a inauguração, Oiticica se torna o segundo maior reservatório do Rio Grande do Norte, desempenhando um papel crucial no abastecimento hídrico da região, especialmente em épocas de seca, que são cada vez mais frequentes devido a mudanças climáticas. O longo processo e a participação de diferentes governos resultaram em intensos debates sobre a autoria e a contribuição de cada gestão no projeto.

Entretanto, as reações nas redes sociais, especialmente entre os grupos de direita, foram de irritação. A narrativa da mídia alinhada a Bolsonaro tenta minimizar a participação do governo Lula, sugerindo que ele teria contribuído com apenas 7% da obra. Contudo, dados financeiros contradizem essa afirmação, revelando um cenário mais complexo.

Desde o início de sua construção em 2013, no governo Dilma, foram destinados R$ 486,09 milhões. Durante o terceiro mandato de Lula, R$ 207,39 milhões foram liberados, representando 42,6% do total de recursos federais. Em contrapartida, Jair Bolsonaro destinou apenas R$ 87 milhões (17,9%), sendo que a maior parte dos recursos durante sua gestão originou-se de emendas parlamentares, principalmente impulsionadas pela governadora Fátima Bezerra (PT), que totaled 206,5 milhões.

Dessa forma, o levantamento mostra que as administrações do PT, somadas, garantiram 76,78% do financiamento total da obra, que irá beneficiar mais de 500 mil habitantes em 17 municípios do estado. A polêmica e as disputas políticas devem continuar, à medida que o impacto da obra começa a ser sentido na vida das pessoas. ATENÇÃO: As eleições se aproximam, e cada detalhe dessa controvérsia pode influenciar o futuro político do Brasil!