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Lula Inova: Gás Natural de Santos Chegará ao Maranhão por Caminhões em Mega-Projeto

2024-10-08

Autor: Fernanda

A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está adotando uma abordagem diferente para o transporte de gás natural, já que não tem planos para a construção de gasodutos em larga escala. A proposta é utilizar rodovias para levar gás natural liquefeito (GNL) do porto de Santos, em São Paulo, até São Luís, no Maranhão. Esse esforço recebe o nome de "corredor verde", que contará com um investimento de impressionantes R$ 5,7 bilhões.

No encontro que selou esse projeto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que o "corredor verde" estará em operação plena até 2030. O anúncio foi feito na segunda-feira, 7 de outubro de 2024, durante uma reunião com empresas do setor, incluindo VirtuGNL, Eneva e Edge.

O projeto está previsto para iniciar em 2025 e terá uma extensão total de 3.000 km. Na primeira fase, um investimento de R$ 1,3 bilhão será aplicado até 2026, com a construção de 8 centrais de abastecimento ao longo do trajeto. A meta é garantir o transporte de 150 mil metros cúbicos de GNL diariamente, uma ação que promete revolucionar a logística de gás no Brasil.

Atualmente, o Brasil conta com um número aquém da necessidade de gasodutos, somando cerca de metade do que a Argentina possui e muito menos do que na Europa e nos Estados Unidos. Historicamente, os sucessivos governos têm mostrado pouco ou nenhum interesse em implementar um plano robusto para a construção de gasodutos terrestres que levem gás natural para o interior do país.

O Brasil é riquíssimo em gás natural, especialmente na camada pré-sal, mas a falta de infraestrutura de transporte é um grave obstáculo: cerca de 50% do gás produzido precisa ser reinjetado nos poços. Desde 2013, o país não constrói novos dutos de transporte, uma realidade que agora pode começar a mudar com o "corredor verde."

Alexandre Silveira afirmou que "o corredor verde representa um marco na interiorização do gás no Brasil e é uma ação concreta das políticas do governo Lula, que busca promover um futuro energético mais limpo e sustentável para o país". Ele ressaltou ainda que a descarbonização do transporte rodoviário é parte essencial dessa estratégia.

Vale lembrar que os caminhões que transportarão o GNL serão movidos pelo próprio combustível, que emite de 20% a 30% menos CO² em comparação com os veículos a diesel. O Ministério de Minas e Energia informou que o objetivo inicial é ter 1.500 veículos em operação até 2026, com a perspectiva de aumentar esse número até 2030.

Em cada uma das centrais de abastecimento ao longo dos 3.000 km do corredor, haverá capacidade para abastecer até 500 caminhões por dia. As instalações também incluirão áreas de descanso para os motoristas, ocupando uma extensão de 50.000m². Este projeto não só promete expandir a acessibilidade ao gás natural pelo Brasil, mas também promove uma transição energética vital para um futuro mais sustentável.