Lula enfrenta comparações com Joe Biden e Donald Trump em meio a preocupações sobre sua saúde, que geram incertezas sobre sua candidatura em 2026. Segundo o jornal britânico Financial Times, a recente cirurgia e internação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantaram muitos questionamentos sobre sua condição física e a possibilidade de concorrência em uma eventual reeleição. Com 79 anos, Lula é mais jovem que Biden, que tem 82, e Trump, que completa 78 anos em 2024, mas a discussão sobre limitação de idade está cada vez mais presente no cenário político atual.

Lula declarou que anunciará sua decisão sobre a candidatura mais próximo da eleição, mas muitos aliados já afirmam que ele pretende se candidatar novamente. Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, enfatizou que "não existe plano B" para o partido, mas reconheceu a necessidade de construir uma liderança sólida para 2030.

Os nomes de possíveis sucessores também foram mencionados: Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, e Camilo Santana, ministro da Educação, aparecem como fortes candidatos dentro do Partido dos Trabalhadores. Contudo, a perspectiva de encontrar um substituto viável preocupa os líderes do PT, que se mostram inseguros quanto a um futuro sem Lula, refletindo o estado enfraquecido da esquerda no Brasil.

As questões de saúde são especialmente delicadas, considerando a situação econômica do Brasil. Com a inflação em alta e preocupações em torno das finanças públicas, o governo enfrenta um crunch em sua agenda legislativa, pressionando para aprovar reformas essenciais, como mudanças tributárias, antes que o Congresso entre em recesso. O ministro Haddad está sob forte pressão para lidar com o déficit primário, que, segundo críticos da esquerda, desagrada a ala progressista do partido que resiste a cortes fiscais.

Eduardo Grin, professor da Fundação Getúlio Vargas, comentou que as comparações entre Lula e Biden podem ser exageradas e que as especulações sobre a saúde de Lula muitas vezes são impulsionadas por interesses do mercado financeiro, que não vê com bons olhos a política econômica do atual governo.

Após a alta hospitalar no último domingo, onde foi tratado de uma hemorragia no crânio, resultado de um acidente doméstico, Lula se mostrou otimista, garantindo à população que voltará ao trabalho em breve. Em uma entrevista à rede Globo, destacou sua responsabilidade fiscal e a importância de evitar que as despesas públicas afetem os mais pobres, reafirmando seu compromisso em entregar um Brasil estável economicamente.

À medida que as eleições de 2026 se aproximam, a saúde de Lula e sua trajetória política estarão sob um microscópio ainda maior. O que isso significa para a política brasileira e para as eleições que se avizinham? Esta é a pergunta que muitos se fazem, enquanto Lula tenta recuperar sua saúde e definir seu futuro político.