Lia Paiva, mãe do jovem Diego Paiva dos Santos, de apenas 20 anos, viveu um pesadelo inimaginável após perder seu filho em um infarto pulmonar. Diego, que usava vape desde os 15 anos, não apenas lutou contra a dependência do cigarro eletrônico, como também enfrentou consequências devastadoras para sua saúde.

Em um relato emocionado, Lia explicou que a morte de Diego, ocorrida em 7 de agosto, não foi causada apenas pelo vape, mas pela fragilidade de seus pulmões decorrente do uso contínuo do dispositivo. "O pulmão dele ficou comprometido pelo uso do vape e não conseguiu reagir a uma bactéria que causou uma infecção grave", afirmou a mãe, que se tornou um alerta contra o uso de cigarros eletrônicos entre os jovens.

Diego inicialmente procurou atendimento médico devido a uma lesão no ombro obtida durante a prática de jiu-jitsu. Após várias consultas e exames que não mostraram nada significativo, o jovem retornou ao hospital para um tratamento mais intenso. Em questão de horas, ficou entubado e intensamente monitorado na UTI, mas infelizmente, apesar dos esforços médicos, Diego não sobreviveu.

"Os médicos estavam otimistas com a recuperação dele até descobrirem a gravidade da situação pulmonar. Faltou oxigenação e, tragicamente, ele não resistiu", lamentou Lia. Diagnosticado com choque séptico, Diego teve seu estado agravado pela infecção pulmonar como resultado do uso prolongado de vape.

Estudos indicam que o uso de cigarros eletrônicos entre jovens tem crescido alarmantemente. Dados de 2022 mostram que aproximadamente 2,2 milhões de brasileiros utilizam vapes, um número que quadruplicou em apenas quatro anos. Embora o vape seja proibido no Brasil desde 2009, muitos jovens continuam a utilizá-lo, muitas vezes sem consciência dos riscos envolvidos.

A pneumologista Margareth Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, adverte que o uso do vape provoca inflamações graves e danos irreversíveis aos pulmões. "A dependência acontece rapidamente, e o uso excessivo pode causar efeitos tão devastadores quanto os cigarros tradicionais, se não, piores", afirmou.

Diante desse cenário preocupante, Lia Paiva espera que a história de seu filho sirva de alerta para outros pais e jovens. Ela quer que as pessoas entendam que o vape não é uma alternativa segura e que a saúde pulmonar pode ser severamente comprometida por seu uso. O lamento de Lia poderia ser a voz de muitos que buscam conscientizar sobre os perigos que muitas vezes são ignorados na rotina dos jovens. Conhecer os riscos é fundamental para evitar mais tragédias.