Ciência

Mariana Goldfarb: Entenda a Violência Psicológica e Como Reconhecer os Sinais

2024-11-19

Autor: Fernanda

A influenciadora digital e modelo Mariana Goldfarb volta a discutir os horrores que enfrentou em um relacionamento abusivo, especificamente situações de violência psicológica. Sua declaração mais recente ocorreu no podcast "Bom Dia, Obvious".

Mariana enfatiza que 'a agressão psicológica não deixa marcas visíveis', tornando-se difícil para a vítima expor o que está passando. "É um sofrimento invisível, que muitas vezes ninguém consegue perceber", comentou.

Embora não tenha nomeado seu agressor, a influenciadora compartilhou experiências de manipulações e humilhações, que a afetaram profundamente. Atualmente, Mariana namora o economista Rafael Kemp e foi casada com o ator Cauã Reymond, com quem se separou em abril de 2023.

Em seu relato, a ex-modelo abordou momentos de tortura psicológica que incluíam silêncio como punição, confusão mental, noites sem dormir e até sintomas físicos como queda de cabelo e tremores. "Era como viver um inferno. Seu dia inteiro é consumido pela tentativa de fazer aquela pessoa te amar de novo", revelou.

Identificando a Violência Psicológica

Na entrevista, ela fez um alerta importante a mulheres que possam estar vivenciando relacionamentos abusivos. "Sinais como uma sensação constante de desconforto, angústia por não saber a realidade, gritos, portas batendo e objetos sendo jogados em direção a você são indícios que não podem ser ignorados", disse Mariana.

A violência psicológica é uma das formas mais comuns de abuso, mas muitas vezes não é percebida com facilidade, como explica a advogada constitucionalista Luana Áltran. "Nem sempre a violência aparece de maneira agressiva. Pode ser sutil, manipulando, humilhando ou constrangendo a vítima", alertou.

Ela reforçou que o companheiro muitas vezes pode justificar seu comportamento dizendo que é para 'proteger' ou 'se preocupar', mas isso pode realmente disfarçar uma forma de controlar a autonomia da mulher. Os sinais desse tipo de abuso incluem vigilância constante, violação da intimidade e ameaças.

Luana destacou que existem duas formas principais de manipulação utilizados por agressores: 1. **Afeto** – Explora os sentimentos da vítima para controlar seu comportamento: "Se você fizer isso, significa que não me ama". 2. **Costumes e Crenças** – Usa bastante a religião para exigir comportamentos como se a mulher devesse se sacrificar pelo bem da família.

A advogada observa que muitas pessoas falam sobre direitos das mulheres, mas suas atitudes muitas vezes refletem uma visão de que as mulheres estão lá apenas para servir: seja ao marido, filhos ou à família.

O Ciclo da Violência

Importante ressaltar que a violência psicológica acontece em um ciclo. Segundo a psicanalista Vera Cristina, este ciclo possui três etapas: a tensão, a violência e a reconciliação. "Esse ciclo é universal. A tensão pode surgir em forma de agressões verbais, seguidas pela prática da violência e por fim, a fase de reconciliação, onde o parceiro tóxico tenta consertar as coisas e, após esse breve alívio, repete o padrão", explicou.

Para Mariana, tomar a decisão de encerrar um ciclo de abusos foi um ato libertador. "Terminar nessa situação é quase um ato de heroísmo. Eu disse a mim mesma que começaria do zero, mas que meu maior tesouro seria minha paz de espírito. Hoje, moro em um lugar menor, mas com tranquilidade, e isso é o que mais conta para mim", compartilhou.

Se Você é Vítima, o Que Fazer?

As mulheres ou homens que enfrentam situações de violência devem procurar ajuda. A primeira medida é solicitar uma medida protetiva, que pode ser feita na Delegacia da Mulher ou qualquer delegacia próxima. Essa medida é válida para violência psicológica, sexual, física, moral ou patrimonial.

Além disso, outras opções incluem buscar um divórcio e até processar o agressor. Desde 2021, a violência psicológica contra as mulheres é considerada crime no Brasil, podendo resultar em penas de 6 meses a 2 anos de reclusão junto a multas.

A especialista aconselha a reunir provas, como prints de conversas e gravações, para apoiar um eventual processo. Se você ou alguém que você conhece está passando por isso, busque ajuda. Você não está sozinha!