'Médicos ignoraram sintomas'; jovem descobre câncer após meses de luta
2024-12-10
Autor: Matheus
Paloma Teodoro, uma jovem de apenas 19 anos, estava no meio de seus estudos em enfermagem e trabalhando em um escritório quando seu mundo começou a desmoronar. Em novembro de 2022, ela começou a sentir sintomas preocupantes: enxaquecas frequentes, fraqueza extrema, tontura e enjoo. Inicialmente, esses sintomas foram considerados normais para alguém com uma rotina tão intensa.
No hospital, a orientação dos médicos era simples: tomar analgésicos e voltar para casa. Contudo, com o passar do tempo, novos sintomas se apresentavam. A primeira suspeita foi de gravidez, embora os testes realizados tivessem retornado negativos. Então, algo mais grave aconteceu: sua menstruação começou e simplesmente não parou, tratava-se de uma hemorragia vaginal.
Infelizmente, os profissionais que a atenderam em Planaltina de Goiás não investigaram com a devida atenção. Após uma nova internação, sua mãe a levou ao pronto-socorro, onde um exame de sangue revelou anemia. Paloma foi imediatamente transferida para outra cidade para receber uma transfusão sanguínea. Embora seu nível de hemoglobina tenha melhorado, a quantidade de plaquetas caiu drasticamente.
Foi somente após meses de sintomas e incômodos constantes que, em um hospital em Sobradinho, no Distrito Federal, finalmente foi feito um mielograma, exame que analisa a medula óssea. O resultado trouxe a confirmação: leucemia linfoblástica aguda (LLA), um tipo agressivo de câncer que atinge o sangue e a medula.
Os sintomas da leucemia são frequentemente confundidos com outras condições. As características clássicas incluem fraqueza, palidez, hematomas inexplicáveis e febre sem causa aparente. De acordo com o hematologista José Ulysses Amigo Filho, a leucemia é caracterizada pela presença de células blastos, que não desempenham a função das células de defesa normais, tornando o organismo vulnerável a infecções.
O tratamento de Paloma se tornou uma urgência, visto que sua condição apresentava uma anormalidade genética conhecida como cromossomo Filadélfia, aumentando os riscos associados à sua forma da doença. Enquanto aguardava por um doador compatível, ela começou um regime intenso de quimioterapia, que a deixou debilitada, causando a perda de cabelo e dores intensas.
A superação deste desafio foi marcada por um longo período hospitalar, com dias de internação seguidos de sessões de quimioterapia. Durante esse tempo, Paloma sofreu com a falta de esperança e o receio de que seus testes não encontrassem um doador ideal.
Felizmente, quando foi escolhida para participar do projeto Mais TMO, da BP - Beneficência Portuguesa de São Paulo, algo começou a mudar. O sistema de saúde brasileiro, por meio do Proadi-SUS, busca aumentar a qualidade do atendimento e dos transplantes. A equipe de saúde entrou em contato com Paloma, afirmando que seu pai se tornaria o doador compatível, mesmo após anos sem contato.
O transplante de medula óssea foi uma experiência intensa, semelhante a uma transfusão de sangue, mas com resultados imediatos, exigindo mais cinco sessões de quimioterapia e duas de radioterapia antes do procedimento. Paloma enfrentou reações adversas, mas a determinação de lutar estava, acima de tudo, presente.
Após dois meses e meio em São Paulo, Paloma finalmente recebeu a nova medula, um passo escrevendo uma nova história em sua vida. Os primeiros tempos em casa foram desafiadores, com medo da recidiva, mas um ano depois do transplante, ela voltou a ser a jovem cheia de vida. "Agora posso fazer o que quero, retomei meus estudos e trabalho, e me sinto saudável!"
Se você não possui doadores em seu círculo familiar, considere se tornar um doador de medula óssea. Através do cadastro no Redome, é possível contribuir para salvar vidas, e quem sabe, como Paloma, fazer parte de uma nova história de superação e esperança.