Mercado Revela Preocupação com Eleição sem Lula em 2026
2024-12-11
Autor: João
A saúde de Lula causou uma onda de volatilidade no mercado financeiro na última quarta-feira (11), com o dólar despencando e a Bolsa de Valores alcançando alta expressiva. Especialistas afirmam que a expectativa em relação ao futuro político do presidente, mais precisamente sua possível não candidatura à reeleição, fez investidores reavaliarem suas posições.
O dólar caiu abruptamente, fechando a R$ 5,97, enquanto a Bolsa teve um aumento de mais de 1%, ultrapassando a marca de 129.593 pontos. Essa movimentação começou após a revelação da coluna da Folha de S.Paulo, onde a colunista Mônica Bergamo informou que Lula teria que passar por um novo procedimento médico devido a complicações em sua saúde, relacionadas a um fluxo sanguíneo no cérebro após uma queda.
Embora banqueiros tenham optado por não comentar diretamente sobre a situação, reconhecem que a precariedade da saúde do presidente está mexendo com as expectativas do mercado. A possibilidade de Lula não conseguir se candidatar à reeleição em 2026 abre espaço para novos concorrentes e para um eventual governo sob a liderança do vice-presidente Geraldo Alckmin.
"As complicações de saúde do presidente são uma preocupação real e podem comprometer seriamente sua recandidatura", afirma Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, em declarações ao Painel S.A. A expectativa é de que se Alckmin assumir o comando, ele poderia implementar um governo mais semelhante ao do ex-presidente Michel Temer, focado em um controle mais rigoroso das contas públicas.
Outro cenário que está sendo cogitado no mercado é a possibilidade de Lula precisar se afastar do governo, o que permitiria a Alckmin assumir como presidente. Isso poderia proporcionar uma nova dinâmica à política econômica, especialmente em um contexto onde o governo atual enfrenta dificuldades em implementar cortes de gastos necessários.
Um banqueiro, que pediu para não ser identificado, ressaltou que a situação de saúde de Lula o tornaria mais vulnerável politicamente, permitindo que figuras de direita, como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, ou Romeu Zema, governador de Minas Gerais, emergissem como candidatos viáveis em uma futura eleição.
Além disso, a dívida pública brasileira já aumentou 10 pontos percentuais durante o governo Lula, em um esforço para garantir um crescimento de 3% do PIB, um custo que poderá ter grandes impactos para a população, especialmente se os juros continuarem elevados. Esse cenário levanta preocupações sobre a sustentabilidade da política fiscal e os desafios que um novo governo poderia enfrentar, especialmente com relação à necessidade de reformas econômicas necessárias para estabilizar o crescimento a longo prazo.