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Metrô de São Paulo Adota Energia Limpa e Revoluciona o Transporte Urbano

2024-12-30

Autor: Maria

As linhas de metrô da cidade de São Paulo, com exceção da linha 17-ouro, que está prevista para ser inaugurada em 2026, passarão a ser movidas por energia limpa gerada a partir de parques eólicos e solares no Piauí.

O Metrô de São Paulo, em colaboração com o grupo CCR, responsável pelas concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade — linhas 4-amarela e 5-lilás —, anunciou um projeto inovador que permitirá a autoprodução de energia renovável no estado do Nordeste. Essa estratégia também beneficiará as linhas 8-diamante e 9-esmeralda do trem metropolitano.

Com uma capacidade estimada em cerca de 170 MW (megawatts), a energia produzida será suficiente para operar todas as linhas do metrô, com um excedente que poderá ser usado nas estações, se necessário.

Os trens do grupo CCR começarão a utilizar essa energia limpa já no início de 2025. Para o Metrô, o processo terá um início gradual em 2027, alcançando sua máxima eficiência em 2029. Essa transição levará dois anos devido à necessidade de reestruturações e a contratos de fornecimento energético já existentes.

Os projetos, embora distintos, têm um objetivo em comum: reduzir a dependência das flutuações do mercado energético, diminuir custos e promover a sustentabilidade. "Conseguimos o benefício do travamento de preço com essa operação", afirma Diego Ferreira, gerente-executivo de energia da CCR, ressaltando que o preço da energia pode ser muito mais volátil que o mercado de ações.

A CCR firmou uma parceria com a Neoenergia, braço brasileiro da espanhola Iberdrola, para investir em três parques eólicos em Dom Inocêncio (PI), totalizando R$ 21,6 milhões em um contrato de 16 anos. A energia gerada pelas torres eólicas atenderá 60% da demanda do grupo, o que deve ser suficiente para operar todos os trens na capital.

Além disso, o Metrô de São Paulo optou por alugar uma usina de energia solar e eólica em Lagoa do Barro, Piauí, com uma área de 150 hectares, através de um consórcio que inclui a CGN Brasil e a Pontoon Energia. Não haverá investimento inicial, e estima-se que essa medida possa gerar uma economia de R$ 12,2 milhões anuais.

Eraldo Rett, gerente de planejamento financeiro do Metrô, explicou que a energia gerada será suficiente para as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata. Em 2022, a empresa gastou R$ 189 milhões com energia elétrica, o que tornou essencial a busca por alternativas mais sustentáveis e econômicas.

A ideia de autoprodução de energia surgiu há menos de um ano e meio, com o Metrô buscando assessoria jurídica e abrindo consulta pública para diversas empresas interessadas no projeto.

Um dos objetivos principais é garantir um fornecimento energético mais seguro, já que a companhia entende que isso oferece uma maior previsibilidade em seus custos operacionais.

A construção da linha 6-laranja do metrô também está sendo monitorada, com planos para a produção de energia renovável com previsão de operação em 2026.

A crítica mudança para a autoprodução de energia renovável também demonstra um compromisso com a sustentabilidade. A diretora de sustentabilidade do grupo CCR, Juliana Silva, enfatiza que melhorar a eficiência energética e a redução das emissões de poluentes são prioridades até 2033, com uma meta de neutralidade de carbono.

Para complementar essa iniciativa, está em andamento a instalação de uma usina solar na estação Brás da linha 3-vermelha, com expectativa de gerar 540 MWh/ano e uma economia significativa nas contas de energia do Metrô.

A partir de 2027, a primeira fase do projeto possibilitará a geração e uso de energia limpa para movimentação de trens, promovendo um transporte urbano mais sustentável e eficiente. A utilização dessa energia renovável não só beneficiará o meio ambiente, mas também ajudará a posicionar São Paulo como uma referência em inovação em mobilidade urbana.