'Meu tio poderia estar vivo! Indignação após morte de garçom em UPA do Rio'
2024-12-15
Autor: Gabriel
A trágica história de José Augusto Mota da Silva, um garçom e artesão de apenas 32 anos, abalou a comunidade e familiares em Mogi Guaçu, interior de São Paulo. Na última quarta-feira, José entrou em contato com sua irmã Meiriane, relatando fortes dores no estômago e mencionando que havia agendado uma consulta médica.
Entretanto, a madrugada de sábado (14) trouxe uma notícia devastadora quando um amigo de José o localizou nas redes sociais para informar que ele havia falecido sentado em uma cadeira na UPA da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A equipe de saúde não percebera a gravidade de seu estado durante o atendimento inicial.
"Ele poderia estar vivo. Essas pessoas que estavam de plantão na UPA são monstros. Vamos processar a prefeitura", desabafou Emily Larissa, de 19 anos, sobrinha de José. Em vídeos que circulam nas redes sociais, uma mulher testemunha: "O homem chegou aqui gritando de dor, e só o atenderam depois que ele morreu. Isso é uma crueldade, todos são culpados."
A indignação ganhou força quando o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, anunciou a abertura de uma sindicância e a demissão de toda a equipe daquela noite na UPA. "É inadmissível não perceberem a gravidade do caso", declarou ele.
Familiares de José, entre eles sua sobrinha e irmã, viajaram para o Rio de Janeiro para liberar o corpo, que será enterrado em Mogi Guaçu. O atestado médico foi inconclusivo e os peritos aguardam exames laboratoriais para determinar a causa da morte.
Nascido em uma família de cinco irmãos, José Augusto morava no Rio desde 2012. Diariamente, vendia artesanato nas praias e à noite trabalhava como garçom em um restaurante na Barra da Tijuca. Recentemente, enfrentava dificuldades financeiras, o que o levou a morar nas ruas de Copacabana. Douglas Batista da Silva, o porteiro que o acompanhou até a UPA, relatou que estava ciente da gravidade do estado de saúde de José. "Ele me ligou pedindo ajuda para procurar uma emergência. Quando o encontrei, ele estava se queixando de muitas dores e vomitando. Alerta não foi suficiente. O que aconteceu é um absurdo!".
Essa tragédia não só levantou questões sobre a qualidade do atendimento médico em emergências, mas também trouxe à tona uma discussão mais ampla sobre os desafios enfrentados por pessoas em situação de vulnerabilidade no sistema de saúde. A sociedade clama por respostas e por uma reforma que evite que situações como a de José se repitam. É hora de unir forças e lutar por mudanças que garantam um atendimento digno e eficiente para todos.