Milei sim, Lula não: Por que o presidente brasileiro faltará à posse de Trump?
2025-01-13
Autor: Lucas
Donald Trump tomará posse como presidente dos Estados Unidos na próxima segunda-feira, dia 20, mas uma ausência notável já pode ser sentida: a do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Em meio a controvérsias sobre o convite e a liberação do passaporte de Jair Bolsonaro para comparecer à cerimônia, Lula decidiu não participar.
A razão para a ausência de Lula está ligada ao protocolo seguido durante as posses presidenciais nos EUA, que tradicionalmente não convidam líderes de outros países, mas sim diplomatas. Essa medida visa garantir a segurança do evento e reforçar a ideia de supremacia americana, sem a necessidade de reconhecimento ou presença de outras nações.
Curiosamente, Lula já havia enfrentado uma situação similar em 2009, quando Barack Obama tomou posse. Naquela ocasião, Lula não foi convidado, apesar de sua visita ao país se encaixar na agenda de Obama. O ex-presidente dos EUA decidiu convidar apenas embaixadores.
A embaixadora do Brasil em Washington, Maris Luiza Voitti, representará o Brasil na posse de Trump, conforme confirmado pela chancelaria brasileira. Essa prática segue a tradição americana, que neste caso privilegia os laços diplomáticos em vez de relações bilaterais diretas.
Por outro lado, Trump fez uma exceção ao protocolo comum, convidando líderes da extrema direita, incluindo o presidente argentino Javier Milei, cuja presença já é considerada certa pela imprensa argentina. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, também foram convidados para a cerimônia de posse, todos alinhados ao espectro político da direita.
A situação de Jair Bolsonaro é outra questão à parte. Ele alega ter recebido um convite para a posse, no entanto, a sua internação da Polícia Federal em fevereiro do ano passado motivou a apreensão de seu passaporte. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, pediu que a defesa de Bolsonaro apresentasse documentação oficial que comprove o convite. A mensagem que Bolsonaro afirma ter recebido foi um e-mail endereçado a seu filho Eduardo Bolsonaro, gerando dúvidas sobre sua autenticidade, pois foi enviado de um endereço não identificado e sem detalhes claros sobre o evento.
Moraes requisitou mais esclarecimentos à defesa de Bolsonaro, que espera responder a essas dúvidas hoje. O advogado Celso Vilardi, que possui um histórico de defesa em grandes casos, assumiu o caso de Bolsonaro e deverá protocolar os documentos solicitados. O ex-presidente está sob a supervisão de uma equipe de advogados que inclui Paulo Cunha Bueno, que embora tenha deixado a coordenação, continua a fazer parte da defesa.
Enquanto isso, o cenário político na América Latina se agita, e a não presença de Lula na posse de Trump levanta questões sobre as relações diplomáticas entre Brasil e EUA sob sua administração. O que essa ausência pode significar para o futuro da política externa brasileira? Os especialistas estarão atentos às movimentações seguintes!