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Milho: Avanço da Segunda Safra e Expectativa de Queda nos Preços

2025-01-07

Autor: Pedro

Recentemente, após um breve recesso entre as montanhas, não pude deixar de notar as lavouras de milho ao longo das estradas. Hospedada próxima ao Pico dos Três Estados, que abriga os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, tive uma experiência única, com vistas deslumbrantes da Serra da Mantiqueira e do Parque Nacional do Itatiaia.

Durante minha estadia, percebi que as plantações de milho e as pecuárias nas propriedades ao redor são abundantes. É provável que parte dessa produção transforme-se em silagem para o gado, uma prática comum na região.

A safra atual tem gerado discussões animadas entre especialistas. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a previsão é de que a safra 2024/25 alcance impressionantes 119,63 milhões de toneladas. Contudo, essa expectativa é cautelosa quando comparada com as projeções mais otimistas, como as do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), que estima um recorde de 127 milhões de toneladas.

Recentemente, a consultoria StoneX confirmou uma leve elevação nas previsões, projetando 24,8 milhões de toneladas para a primeira safra de 2024/25, um aumento de quase 1% em relação à estimativa anterior. Para a segunda safra, a previsão é de 101,57 milhões de toneladas, totalizando aproximadamente 126 milhões de toneladas, um número que se aproxima das estimativas do USDA e sugere um ano promissor para a produção.

De acordo com o Cepea/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as cotações futuras do milho estão apresentando valores inferiores ao do mercado spot, o que sugere que, à medida que a safra avança, a oferta deve ser suficientemente grande para pressionar os preços para baixo. Essa dinâmica se intensifica com a expectativa de uma produção robusta nos Estados Unidos, onde o USDA prevê uma colheita de 384,6 milhões de toneladas nesta safra. Embora a balança de oferta e demanda interna americana esteja equilibrada, o excesso de milho no mercado global tende a levar os preços a níveis inferiores, repercutindo diretamente nos mexidos do mercado brasileiro.

Portanto, monitorar o cenário agrícola e as projeções das safras futuras se torna ainda mais crucial, pois essas variáveis podem impactar não só os preços, mas a rentabilidade de agricultores e toda a cadeia produtiva do milho no Brasil.