Ministro israelense faz declarações polêmicas sobre Gaza: 'Reduzir população pela metade'
2024-11-26
Autor: Julia
No último dia 26, Bezalel Smotrich, atual ministro das Finanças de Israel, fez declarações controversas durante um simpósio em Tel Aviv, onde sugeriu que Israel deveria "conquistar" a Faixa de Gaza e promover uma "emigração voluntária" para reduzir a população palestina pela metade.
Smotrich, um político da extrema direita e líder do Partido Sionista Religioso, expressou sua visão sobre o futuro da região, afirmando que não devemos ter medo de usar a palavra 'conquista'. Segundo ele, a nova administração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, poderia abrir uma oportunidade única para tal ação.
O ministro defendeu que, com as políticas apropriadas, em dois anos a população de Gaza poderia ser reduzida drasticamente. Essas declarações alarmaram organizações de direitos humanos e líderes internacionais, considerando-as uma forma de incitação à violência e à limpeza étnica.
Recentemente, a Human Rights Watch descreveu o deslocamento forçado de palestinos em Gaza como um crime contra a humanidade, enquanto Israel refuta essas alegações, rotulando-as de "completamente falsas". A situação em Gaza continua crítica após a escalada do conflito iniciada em 7 de outubro, quando ataques do Hamas resultaram na morte de cerca de 1.200 israelenses e a tomada de cerca de 200 reféns.
Desde então, a ofensiva militar israelense em Gaza levou a um número alarmante de mortos, com o Ministério da Saúde de Gaza afirmando que já ultrapassa 44 mil, a maioria deles mulheres e crianças, segundo as Nações Unidas. Em meio a esse caos, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros líderes, por crimes de guerra.
As palavras de Smotrich vão ao encontro de uma estratégia mais ampla adotada por certos segmentos do governo israelense, que veem a questão palestina como um obstáculo a ser removido, em vez de um povo a ser respeitado e cujos direitos devem ser garantidos. A comunidade internacional observa com preocupação essa retórica, que pode intensificar ainda mais a violência na região.