O Chocante Diagnóstico de uma Jovem de 31 Anos: O Álcool Pode Custar sua Vida!
2024-11-26
Autor: João
A jornalista da BBC, Hazel Martin, passou por uma experiência devastadora ao descobrir que seu consumo social de álcool havia causado sérios danos ao seu fígado. Aos 31 anos, os médicos lhe disseram que, se ela não parasse de beber, poderia não sobreviver. Surpreendida, Hazel refletiu que, embora não bebesse diariamente e nunca sozinha, seu hábito de consumir álcool com amigos se encaixava na definição de 'binge drinking' ou consumo excessivo.
Recentemente, Hazel tornou-se mãe e buscou ajuda médica devido ao cansaço constante. Isso a levou a exames de sangue que revelaram fibrose hepática grave, consequência de seu histórico de consumo. Ao voltar do hospital, a realidade foi devastadora: ela não era a única a passar por essa situação alarmante e começou a investigar a cultura de bebida no Reino Unido para uma reportagem no programa Panorama.
Os dados sobre mortalidade relacionadas ao álcool no Reino Unido estão alarmantes, com os números atingindo níveis recordes desde 2001. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que 2,6 milhões de mortes por ano são atribuídas ao álcool globalmente. O impacto se faz sentir cada vez mais entre mulheres com menos de 45 anos, com um aumento preocupante na mortalidade por doenças hepáticas relacionadas ao álcool.
Estudos mencionam que o binge drinking pode ser até quatro vezes mais prejudicial ao fígado do que o mesmo consumo distribuído ao longo do tempo. No Reino Unido, o que é considerado binge drinking é beber seis ou mais unidades de álcool para mulheres e oito ou mais para homens em uma única ocasião, o que equivale a duas taças de vinho grandes para uma mulher.
A hepatologista Debbie Shawcross, do King's College Hospital em Londres, revela que atende regularmente mulheres na faixa dos 40 e 50 anos que não se consideram alcoólatras, mas têm o hábito de consumir álcool em excesso. Hazel se identificou com esse perfil, lembrando-se que, na juventude, muitas vezes excedia essas quantidades em uma única noite.
Após um ano de exames, sua condição foi diagnosticada com um fibroscan, que revelou cicatrizes graves no fígado. Graças ao diagnóstico precoce, há a esperança de reversão do quadro se Hazel mantiver a abstinência. Ela reflete sobre a falta de sintomas iniciais da doença hepática, um fator que contribui para que muitos só descubram seu estado crítico quando já estão em fase terminal.
O caso de Emma Jones, uma mulher que, durante o confinamento da pandemia, chegou a beber três garrafas de vinho por dia e foi diagnosticada com câncer hepático, exemplifica essa realidade. Milagrosamente, após um transplante de fígado, ela está se recuperando e vivendo uma vida nova, embora ainda precise de cuidados rigorosos.
A pesquisa mostra que a doença hepática é uma das principais causas de morte em mulheres entre 39 e 45 anos, com o consumo de álcool feminino quase dobrando em uma década. Especialistas notam que a indústria de bebidas tem focado suas estratégias de marketing em mulheres, promovendo produtos alcoólicos misturados como símbolo de empoderamento. Entretanto, essa normalização do consumo pode estar cobrando um preço elevado.
Após meses em abstinência, Hazel teve resultados encorajadores em seu fibroscan, indicando melhora em sua condição hepática. Ela admite que o caminho para reprogramar sua relação com o álcool foi difícil, mas necessário, dado o papel cultural que o consumo de álcool desempenha na sociedade britânica. Agora, Hazel busca viver plenamente, sem depender do álcool para socializar ou celebrar momentos da vida.