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Missão europeia da ESA se prepara para visitar asteroide desviado pela NASA

2024-10-04

Após o sucesso notável da missão Dart da NASA em 2022, que foi a primeira a demonstrar a capacidade de desviar um asteroide de sua órbita, a Agência Espacial Europeia (ESA) está prestes a iniciar a missão Hera. Programada para lançamento entre os dias 7 e 27 de novembro de 2023, essa missão exploratória tem como alvo o sistema binário de asteroides Didymos e Dimorphos.

A colaboração entre a NASA e a ESA tem raízes que datam de 2013, com o projeto original chamado AIDA (Asteroid Impact & Deflection Assessment). No entanto, com mudanças orçamentárias e prioridades, a missão AIM foi cancelada, e a ESA redirecionou seus esforços para a Hera, que está orçada em 350 milhões de euros.

A missão Hera fará uma aproximação ao asteroide Dimorphos, onde Dart colidiu, em uma manobra de alta precisão, em setembro de 2022. A nave da ESA aproveitará uma passagem estreita por Marte em março de 2025, o que não só servirá como teste para seus equipamentos como também fornecerá um impulso gravitacional vital, planejando chegar ao sistema de asteroides em dezembro de 2026.

O impacto da Dart no Dimorphos foi mais eficaz do que o esperado, diminuindo seu período orbital em quase 33 minutos, o que solidifica a técnica de desvio de asteroides através de colisões cinéticas. Telescópios, inclusive o projeto brasileiro Soar operando no Chile, capturaram uma trilha impressionante de detritos de até 10 mil km resultante da colisão.

O foco da missão Hera será o estudo aprofundado da estrutura interna dos asteroides, algo que não foi possível na missão anterior. A cratera provocada pela Dart expôs material do interior do Dimorphos, oferecendo uma oportunidade única para os cientistas. Além disso, a nave Hera, pesando 1.128 kg, será equipada com cinco instrumentos avançados, incluindo câmeras em múltiplos espectros e um altímetro a laser.

Curiosamente, a missão incluirá também dois cubesats, chamados Milani e Juventas, que realizarão observações complementares e podem até tentar um pouso suave no Dimorphos. Isso poderia fornecer dados ainda mais valiosos sobre a composição desses corpos celestes.

O que torna essa missão ainda mais empolgante é a crescente importância de estudos relacionados a asteroides, especialmente à luz de potencialidades de impactos com a Terra. O Dimorphos, com cerca de 150 metros de diâmetro, é considerado um objeto potencialmente perigoso, e sua análise pode ajudar na proteção do nosso planeta. Portanto, a Hera não se limita apenas a estudar um fenômeno astronômico - é um passo crucial para a defesa planetária!

Prepare-se, pois os insights que a ESA trará possam não só expandir nosso conhecimento astronômico, mas também podem ajudar a garantir que a Terra permaneça segura contra futuros perigos do espaço!