O ministro Alexandre de Moraes determinou que Mauro Cid, tenente-coronel do Exército, compareça novamente para esclarecer as contradições em seu depoimento à Polícia Federal (PF). Ele também solicitou um parecer ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, sobre o relatório enviado pela PF, que poderá impactar seriamente a situação legal de Cid. O procurador deverá avaliar a validade do acordo de colaboração premiada que Cid assinou no ano passado, e suas consequências podem incluir a perda dos benefícios da colaboração e até mesmo a chance de ser reincarcerado.

No seu depoimento anterior, Cid alegou não ter conhecimento sobre os supostos planos de militares contra o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o próprio ministro Moraes. Contudo, a PF convocou Cid para uma nova oitiva após detectar indícios de que ele pode ter omitido informações cruciais em seu acordo de delação. Os investigadores têm levantado uma série de suspeitas sobre a autenticidade de sua colaboração e estão considerando a possibilidade de rescindir o pacto.

Adicionalmente, mensagens recuperadas da celular de Cid revelaram que ele esteve envolvido em atividades de monitoramento do ministro Moraes. Estes dados são alarmantes, uma vez que a PF acredita que esse monitoramento poderia estar relacionado a um potencial plano para sequestrar ou até assassinar o ministro. Informações ainda indicam que Cid participou de reuniões secretas com membros das Forças Especiais, onde a investigação sugere que o principal tópico das discussões era um plano golpista, acirrando ainda mais o clima de tensão política no Brasil.