Ciência

Mudan6a Clim3tica: O Inimigo Invis1vel das Doen7as Cardiovasculares

2025-03-25

Autor: Carolina

Um novo estudo alarmante realizado por pesquisadores australianos revelou que o aumento das temperaturas globais está elevando consideravelmente os riscos associados às doenças cardiovasculares. Publicado na renomada revista European Heart Journal, a pesquisa traz à tona uma preocupação crescente com a saúde pública em face das mudanças climáticas.

As doenças cardiovasculares, que incluem condições como infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC), representam o segundo maior contribuinte para a "carga de doença fatal" na Austrália. Este conceito vai além da mortalidade, considerando também como as doenças afetam a qualidade de vida das pessoas.

Embora fatores de risco como hipertensão, colesterol elevado, sedentarismo e estresse sejam amplamente conhecidos, o estudo destaca a vulnerabilidade muitas vezes ignorada relacionada à exposição ao calor extremo. O principal autor da pesquisa, Dr. Peng Bi, especialista em saúde pública da Universidade de Adelaide, adverte que "a carga de doenças cardiovasculares atribuída ao clima quente no contexto das mudanças climáticas pode dobrar nos próximos 25 anos".

Anos de Vida Saudável Perdidos: O Números Alarming

Ao analisar dados de saúde da população australiana entre 2003 e 2018, a pesquisa revelou uma perda média de quase 50 mil anos de vida saudável a cada ano, devido a doenças cardíacas relacionadas ao calor. Além disso, aqueles que residem em áreas mais quentes da Austrália estão sob risco elevado de desenvolver tais doenças.

O Calor Estará Aumentando: O Que Podemos Fazer?

A pesquisa sugere que as autoridades devem implementar medidas de proteção para grupos vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas. Uma solução exitosa já aplicada ocorreu após uma onda de calor em 2009, quando foi introduzido um sistema de verificação por telefone, onde voluntários da Cruz Vermelha contatavam idosos para verificar seu bem-estar.

Mudanças simples de comportamento, como permanecer em locais frescos, reduzir a atividade física e aumentar a hidratação, podem ajudar a mitigar os riscos associados ao calor extremo.

As Consequências Globais da Mudança Climática

Ainda que a pesquisa tenha sido realizada apenas com dados australianos, o cardiologista italiano Filippo Crea considera que as tendências observadas podem se refletir em outras regiões. "Na Austrália, a mudança climática é, em média, mais intensa do que na Europa, mas isso não significa que outros lugares estejam imunes", alerta Crea.

A situação é crítica em outros países, como a Índia, onde projeções indicam que até 70% da população poderá enfrentar temperaturas insuportáveis até 2100. No México, um estudo recente apontou um aumento de 32% nas mortes relacionadas à temperatura entre jovens, caso as emissões de carbono continuem crescendo.

Diante de um futuro onde as mudanças climáticas se intensificam, é crucial que pesquisas adicionais sejam realizadas para entender como as populações podem se adaptar, especialmente aquelas mais vulneráveis. O impacto na saúde pública pode ser devastador, e a conscientização é o primeiro passo para a mudança.