A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos parecia promissora para muitos bilionários. No entanto, desde janeiro, seis dos dez homens mais ricos do mundo perderam impressionantes US$ 225,3 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

Elon Musk, o bilionário da Tesla, viu uma perda sem precedentes em sua fortuna, que desmoronou em US$ 132 bilhões, caindo de US$ 486 bilhões em dezembro para US$ 301 bilhões em março. O que aconteceu?

As tarifas de importação impostas por Trump têm afetado severamente as empresas de bilionários, mas há outros fatores em jogo, como a agressiva concorrência da Inteligência Artificial chinesa, que oferece soluções a um custo muito menor.

Vamos analisar algumas das perdas significativas:

Elon Musk (Tesla) - Perdas de US$ 132,2 bilhões

Musk teve dificuldades devido ao seu apoio a Trump, que resultou em uma deterioração da sua imagem pública. O impacto negativo foi sentido nas ações da Tesla, que registrado uma queda acentuada de 45% no ano, incluindo uma perda de 15% em apenas um dia, o pior desde 2020. Essa instabilidade gera um clima de incerteza em relação ao futuro da empresa.

Jeff Bezos (Amazon) - Perdas de US$ 22,5 bilhões

Após um primeiro mandato conturbado com Trump, Bezos foi visto como uma figura de oposição, mas recentemente decidiu apoiar os republicanos, doando US$ 1 milhão para a campanha de Trump. Mesmo assim, as ações da Amazon caíram 14% desde a posse de Trump, exacerbadas pelo ambiente econômico instável e pelos investimentos pesados da empresa em IA, um setor dificultado pela concorrência chinesa, como a emergente DeepSeek.

Larry Ellison (Oracle) - Perdas de US$ 23,2 bilhões

A Oracle, sob a liderança de Ellison, enfrenta um cenário complicado com as novas empresas de IA na China. A presidente do Grupo Unite, Natalia Castan, observa que as companhias americanas estão gastando muito em tecnologia que já está sendo superada. O desenvolvimento aberto de soluções de IA na China está afetando dramaticamente o mercado.

Larry Page e Sergey Brin (Google/Alphabet) - Perdas de US$ 17,8 bilhões e US$ 16,6 bilhões, respectivamente

As dificuldades enfrentadas pela Alphabet incluem ações antitruste e pressões regulatórias. A recente queda nas receitas da companhia, que caiu 4,1% em relação ao ano anterior, também está ligada à intensa concorrência no setor de IA, com planos de investimento que superam as expectativas do mercado em um esforço para recuperar a liderança.

Steve Ballmer (Microsoft) - Perdas de US$ 13 bilhões

Com uma queda de 9% no valor de suas ações até março, a Microsoft também sente o impacto da incerteza econômica e da competição. A empresa viu uma perda maciça de US$ 95 bilhões em valor de mercado em um único dia devido a preocupações com uma possível recessão interna, aprofundada pelas declarações de Trump.

E Mark Zuckerberg (Meta)?

Zuckerberg é uma exceção nesse cenário conturbado, com um pequeno aumento de US$ 4,12 bilhões em sua fortuna. Enquanto suas ações flutuam, ele se beneficiou das vendas antecipadas de ações feitas antes da recente desvalorização do mercado. Ele vendeu mais de US$ 2,2 bilhões em ações em 2022, o que o deixou em uma posição relativamente confortável, mesmo com as incertezas que cercam o governo Trump.

Com a volatilidade econômica e as rápidas mudanças tecnológicas, a era Trump traz desafios sem precedentes para os super-ricos. A pergunta fica: eles conseguirão recuperar suas fortunas, ou esse será um novo normal para os bilionários?