Nova Délhi, a capital da Índia, enfrenta uma grave crise de poluição atmosférica, com níveis de micropartículas perigosas PM2.5 atingindo impressionantes 60 vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa situação alarmante levou as autoridades a fechar escolas e adotar uma série de medidas para proteger a saúde da população.

Na manhã de segunda-feira, a concentração de PM2.5 ainda estava 39 vezes acima do limite seguro, gerando uma densa e nociva neblina cinza sobre a cidade. A poluição é uma preocupação recorrente na região, especialmente durante os meses de outono e inverno, quando o fenômeno da queima de resíduos agrícolas se intensifica, somado à emissão de poluentes por fábricas e gases de automóveis.

"Meus olhos têm ardido nos últimos dias", desabafou Subodh Kumar, um motorista de riquixá de 30 anos, durante uma pausa para o café. "Com ou sem poluição, preciso trabalhar. Não tenho opção", lamentou.

Para mitigar os efeitos da poluição, as autoridades locais tomaram a drástica medida de interromper as aulas presenciais para todos os alunos. A ministra-chefe Atishi, em um comunicado à imprensa, informou que "as aulas presenciais serão descontinuadas para proteger as crianças e evitar uma deterioração maior na qualidade do ar".

Além disso, o governo está orientando crianças, idosos e pessoas com condições pulmonares ou cardíacas a ficarem em casa o máximo possível. Essa tentativa de contenção é vital em uma metrópole que abriga mais de 30 milhões de pessoas e frequentemente figura entre as cidades com o ar mais poluído do mundo.

Dados recentes indicam que a poluição do ar pode ter consequências devastadoras para a saúde, contribuindo para doenças respiratórias e cardiovasculares, além de afetar o desenvolvimento infantil. Estima-se que a exposição prolongada a essas condições afete a expectativa de vida da população.

A situação em Nova Délhi levanta uma questão urgente: até quando as autoridades conseguirão lidar com essa crise ambiental e proteger a saúde de milhões de cidadãos?