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Nomeação para o Tesouro: Uma Mudança Moderada de Trump?

2024-11-23

Autor: Lucas

Após semanas de expectativa, a escolha do secretário do Tesouro por Donald Trump finalmente foi revelada. Na sexta (22), a campanha anunciou que Scott Bessent, um renomado gestor de fundos de investimento, será o responsável pela 1.500 Pennsylvania Avenue, sede do Tesouro dos EUA. Essa nomeação e o modo como foi feita trazem importantes pistas sobre a política econômica que podemos esperar durante um possível segundo mandato de Trump.

Bessent, um observador astuto dos mercados, é respeitado em Wall Street e foi destaque na Soros Fund Management, onde, em 1992, antecipou a crise da libra esterlina. Junto com o bilionário George Soros, ele ajudou a realizar um dos maiores movimentos de investimento da história, ganhando US$ 1 bilhão ao apostar contra a moeda britânica.

Leal a Trump, Bessent doou quantias significativas para a campanha e frequentemente apareceu na Fox News como "conselheiro econômico", defendendo a continuidade dos cortes de impostos e uma agenda robusta de desregulamentação. No entanto, sua visão sobre a economia o leva a priorizar também a contenção da dívida governamental. Ele criticou os déficits elevados da administração Biden, caracterizando-os como um "retorno ao planejamento central".

Embora Bessent tenha demonstrado apoio ao Trumponomics, suas opiniões sobre tarifas comerciais têm sido menos entusiásticas, descrevendo-as mais como uma estratégia de negociação do que uma política real. Ele parece manter uma posição mais moderada em relação ao dólar, contrária à insistência de Trump em desvalorizar a moeda americana.

O processo de escolha para a secretaria do Tesouro foi tudo menos tranquilo, revelando a luta interna entre candidatos como Howard Lutnick, que acabou assumindo o papel de Secretário de Comércio. Esse embate ilustra como Trump, mesmo sendo impulsivo em outros setores, percebe a importância de manter uma figura com credenciais respeitáveis em Wall Street no Tesouro.

A busca de Trump por um candidato ideal envolveu considerar várias figuras proeminentes, como Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, e outros líderes financeiros, sempre atentando para não perturbar o mercado acionário recém-em alta.

A escolha de Bessent sugere que Trump deseja seguir uma linha mais moderada, visando manter a satisfação dos investidores. Isso pode beneficiar aqueles que temem radicalizações em suas políticas. No entanto, o percurso para a nomeação também evidenciou a natureza errática de Trump: semanas antes, Bessent estava prestes a ser formalmente nomeado até que Lutnick começou a influenciar o presidente.

O jogo de poder dentro do círculo de Trump expõe desafios que ele enfrenta ao tentar equilibrar sua abordagem autêntica de empresário e a necessidade de agradar os setores mais conservadores do mercado. A dúvida que fica é como essa dinâmica afetará as decisões econômicas que estão por vir, especialmente considerando o impacto que têm nos cidadãos comuns. As próximas semanas e meses certamente proporcionarão mais revelações sobre como essa nova liderança em um possível novo mandato se desenrolará.