Nação

Nova variante do vírus Sars-CoV-2 XEC levanta preocupações em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina

2024-10-13

Autor: João

A nova variante do coronavírus, conhecida como XEC, foi identificada recentemente em diversas regiões do Brasil, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Classificada como parte da variante Omicron, a XEC é considerada mais transmissível e começou a ganhar destaque desde junho de 2024, após um aumento significativo no número de casos registrados na Alemanha e em outros países ao redor do mundo, totalizando até agora 35 nações que detectaram essa cepa.

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC) foi responsável pela primeira identificação dessa linhagem no Brasil, com amostras obtidas de dois pacientes residentes no Rio de Janeiro diagnosticados com Covid-19 em setembro. A confirmação foi realizada por um laboratório que serve como referência para Sars-CoV-2, em colaboração com o Ministério da Saúde e a OMS (Organização Mundial da Saúde).

As autoridades de saúde, tanto estaduais quanto municipais, foram imediatamente informadas sobre a presença da variante. As sequências genéticas foram disponibilizadas na plataforma GISAID em duas datas: 26 de setembro e 7 de outubro. Outros pesquisadores também depositaram genomas da variante XEC provenientes de amostras coletadas em São Paulo, no mês de agosto, e em Santa Catarina, em setembro.

A OMS classificou a XEC como uma variante em monitoramento a partir de 24 de setembro, um estágio que ocorre quando uma linhagem apresenta mutações genéticas suspeitas de alterar o comportamento do vírus e indica alguns sinais de "vantagem de crescimento" em relação a variantes já conhecidas. Desde então, a variante se espalhou rapidamente pela Europa, pelas Américas, pelo continente asiático e Oceania.

Paola Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios da Fiocruz, enfatiza que dados provenientes de outros países sugerem que a variante XEC é mais transmissível. 'É crucial observar como essa variante se comporta no Brasil. Estamos monitorando de perto para entender seu impacto na saúde pública', alerta Paola, que também participa da Rede Genômica Fiocruz.

Investigando sua origem, os cientistas acreditam que a variante XEC tenha surgido a partir da recombinação genética entre cepas existentes. Esse fenômeno acontece quando um indivíduo é infectado simultaneamente por duas linhagens virais diferentes, permitindo que seus genomas se misturem durante a replicação. No caso da XEC, seu genoma exibe fragmentos das linhagens KS.1.1 e KP.3.3, além de mutações extras que podem facilitar sua disseminação.

A monitorização dessa nova variante é fundamental para evitar um possível aumento de casos de Covid-19 e garantir que as medidas de saúde pública sejam eficazes. Especialistas ressaltam a importância da vacinação e do uso de máscaras para conter a propagação do vírus enquanto mais informações sobre a XEC são coletadas. A estratégia de vigilância contínua é vital para proteger a população brasileira neste momento crítico.